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Após quatro dias da renúncia de Lecornu, Macron volta a nomeá-lo como primeiro-ministro da França

O primeiro-ministro pediu demissão na segunda-feira, 6, após apenas um mês no cargo

Quatro dias após renúncia de Lecornu, Macron volta a indicá-lo para o cargo (STEPHANE MAHE/POOL/AFP)

Quatro dias após renúncia de Lecornu, Macron volta a indicá-lo para o cargo (STEPHANE MAHE/POOL/AFP)

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 17h30.

Última atualização em 10 de outubro de 2025 às 17h44.

O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a nomear como primeiro-ministro, nesta sexta-feira, 10, o centro-direitista Sébastien Lecornu, cuja demissão no começo da semana agravou a profunda crise política que abala a França desde 2024.

"O presidente nomeou Sébastien Lecornu como primeiro-ministro e o encarregou de formar o governo", informou a Presidência francesa em um comunicado breve, sem dar mais detalhes.

Lecornu, um político de 39 anos que se autodefine como um "monge soldado", terá a missão de buscar a maioria parlamentar para aprovar o orçamento para 2026, que permita reduzir a elevada dívida pública.

Lecornu aceita nomeação

Em seu perfil na rede social X, o recém-nomeado primeiro-ministro da França disse que "é preciso acabar com a instabilidade política que prejudica a imagem da França e seus interesses" e assegurou que sua equipe de Governo estará formada por personalidades que não tenham ambições para as presidenciais de 2027.

"Farei tudo o que estiver ao meu alcance para dotar a França de um Orçamento até o final do ano e para responder aos problemas da vida cotidiana de nossos compatriotas", declarou Lecornu.

Confira a tradução na íntegra:
Aceito - por dever - a missão que me é confiada pelo Presidente da República de fazer tudo para dar um orçamento à França até o final do ano e de responder aos problemas da vida cotidiana de nossos compatriotas.

É preciso pôr fim a esta crise política que exaspera os franceses e a esta instabilidade prejudicial para a imagem da França e seus interesses.

Como eu disse, isso só poderá ser feito sob certas condições, tirando as conclusões que se impõem nas últimas semanas:

- Todos os dossiês evocados durante as consultas realizadas nos últimos dias serão abertos ao debate parlamentar: os deputados e senadores poderão assumir sua responsabilidade, e os debates deverão ir até o fim;

- O restabelecimento de nossas contas públicas permanece uma prioridade para nosso futuro e nossa soberania: ninguém poderá se subtrair a esta necessidade;

- Todas as ambições são legítimas e úteis, mas aquelas e aqueles que entrarem no Governo deverão se comprometer a se desconectar das ambições presidenciais para 2027;

- A nova equipe governamental deverá encarnar a renovação e a diversidade de competências.

Farei tudo para ter êxito nesta missão.

Oposição promete derrubar novo governo

O principal partido de extrema-direita da França prometeu nesta sexta-feira derrubar o novo governo francês liderado por Sébastien Lecornu após sua renomeação como primeiro-ministro, dizendo que ele não tem "nenhum futuro".

Rotulando a decisão de renomear Lecornu como uma "piada de mau gosto" do presidente "isolado e desconectado" Emmanuel Macron, o líder da Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, disse que seu partido vai "imediatamente, é claro, censurar esta coalizão que não tem nenhum futuro" por meio de uma moção de desconfiança no parlamento.

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