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Após G20, Lula irá a Cuba para encontro de países em desenvolvimento

Lula também vai se reunir com o dirigente cubano Miguel Díaz-Canel

O presidente Lula, durante entrevista coletiva em Nova Déli (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

O presidente Lula, durante entrevista coletiva em Nova Déli (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 12 de setembro de 2023 às 15h22.

Última atualização em 12 de setembro de 2023 às 15h31.

Menos de uma semana depois de participar, na Índia, de um encontro de líderes das maiores economias do mundo, o G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcará para Cuba na próxima sexta-feira, 15, onde se reunirá com uma parte significativa do mundo em desenvolvimento: o G77, formado por 134 países.

De acordo com interlocutores do governo, Lula fará um discurso voltado para as reivindicações das nações em desenvolvimento. São exemplos a maior participação no Conselho de Segurança da ONU, a renegociação de dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ainda cobrará dos países ricos mais recursos para o combate ao aquecimento global.

Em Havana, os temas oficiais serão aquecimento global, ciência e tecnologia. Porém, o evento é considerado pelo presidente brasileiro uma oportunidade política para mostrar às nações desenvolvidas que o chamado Sul Global ganhou um destaque maior na agenda internacional.

O G77 foi criado em 1964 e está prestes a completar 60 anos. Afeganistão, Argentina, Brasil, Cuba, Venezuela, Palestina, Uruguai, entre outros, são membros do grupo, que contará com a presença da China na reunião de Havana. Uma característica em comum entre todos os participantes é que nenhum deles é membro pleno da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), chamada de "clube dos ricos".

Conhecido como um dos mais hábeis e experientes diplomatas e, hoje, vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Alfredo Graça Lima afirma que o G77 já teve mais relevância antes, em causas como a luta contra o "apartheid" — regime de segregação entre negros e brancos — na África do Sul e na campanha pelo fim do desarmamento. Hoje, o grupo se posiciona de forma mais política, para ganhar espaço em posicionamentos comuns.

"Todos os países do G77 estão fora da OCDE, o que mostra um simbolismo importante, pois transmite a mensagem de que não estão totalmente satisfeitos com a ordem mundial", diz Graça Lima.

Dívida cubana

Lula também terá um encontro bilateral com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. O país passa por momentos difíceis e só conseguirá ajuda financeira do Brasil para conseguir alimentos, remédios e energia, se voltar a pagar, ou renegociar, cerca de US$ 500 milhões que deve ao BNDES.

De Cuba, o presidente brasileiro seguirá para Nova York, onde fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a falar desde a fundação da ONU, em 1945.

Ao lado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Lula lançará na ONU uma campanha internacional pelo trabalho decente. Entre os pontos defendidos por Brasil e EUA estão a defesa da equidade de gênero no mercado, com o aumento da participação de mulheres, e o estímulo a políticas para melhorar as condições de trabalho.

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