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Remy Sharp
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Menos de uma semana depois de participar, na Índia, de um encontro de líderes das maiores economias do mundo, o G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcará para Cuba na próxima sexta-feira, 15, onde se reunirá com uma parte significativa do mundo em desenvolvimento: o G77, formado por 134 países.

De acordo com interlocutores do governo, Lula fará um discurso voltado para as reivindicações das nações em desenvolvimento. São exemplos a maior participação no Conselho de Segurança da ONU, a renegociação de dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ainda cobrará dos países ricos mais recursos para o combate ao aquecimento global.

Em Havana, os temas oficiais serão aquecimento global, ciência e tecnologia. Porém, o evento é considerado pelo presidente brasileiro uma oportunidade política para mostrar às nações desenvolvidas que o chamado Sul Global ganhou um destaque maior na agenda internacional.

O G77 foi criado em 1964 e está prestes a completar 60 anos. Afeganistão, Argentina, Brasil, Cuba, Venezuela, Palestina, Uruguai, entre outros, são membros do grupo, que contará com a presença da China na reunião de Havana. Uma característica em comum entre todos os participantes é que nenhum deles é membro pleno da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), chamada de "clube dos ricos".

Conhecido como um dos mais hábeis e experientes diplomatas e, hoje, vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Alfredo Graça Lima afirma que o G77 já teve mais relevância antes, em causas como a luta contra o "apartheid" — regime de segregação entre negros e brancos — na África do Sul e na campanha pelo fim do desarmamento. Hoje, o grupo se posiciona de forma mais política, para ganhar espaço em posicionamentos comuns.

"Todos os países do G77 estão fora da OCDE, o que mostra um simbolismo importante, pois transmite a mensagem de que não estão totalmente satisfeitos com a ordem mundial", diz Graça Lima.

Dívida cubana

Lula também terá um encontro bilateral com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel. O país passa por momentos difíceis e só conseguirá ajuda financeira do Brasil para conseguir alimentos, remédios e energia, se voltar a pagar, ou renegociar, cerca de US$ 500 milhões que deve ao BNDES.

De Cuba, o presidente brasileiro seguirá para Nova York, onde fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a falar desde a fundação da ONU, em 1945.

Ao lado do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Lula lançará na ONU uma campanha internacional pelo trabalho decente. Entre os pontos defendidos por Brasil e EUA estão a defesa da equidade de gênero no mercado, com o aumento da participação de mulheres, e o estímulo a políticas para melhorar as condições de trabalho.

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