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Remy Sharp
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O assessor-chefe para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira, 20, que ainda não sabe quem vai representar o Brasil na posse do presidente eleito na Argentina, Javier Milei, mas que achava que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participaria da cerimônia.

"Não sei ainda quem vai representar o Brasil. Eu acho que o presidente Lula, creio que ele não irá. Pelo o que eu conheço do presidente, tendo sido alvo de ofensas pessoais, acho muito difícil ele ir", afirmou em entrevista à Globonews.

Braço direito do presidente Lula para assuntos internacionais, Amorim reforçou que a relação entre Brasil e Argentina é "sólida" e que pelo lado brasileiro vai prevalever as relações de Estado.

"O Brasil quer ter relações importantes com a Argentina, vai manter essas relações de Estado. Pelo mesmo desde a redemocratização foram relações sólidas e importantes e assim se manteve em mometos diversos" afirmou, completando: "Não posso falar em nome do presidente eleito Milei, mas no que toca o presidente Lula, acho que ele tem total capacidade de distinguir entre as questões pessoais e de estado. Acho que ele mesmo disse que o Brasil não faltará ao que for necessário para a Aregntina."

Amorim afirmou ainda que a relação entre os dois países é "estratégica" e "fundamental" e que a filosofia do governo é que haja uma cooperação entre países da América do Sul, mas que "afinidades" facilitariam esse cenário.

"É uma relação estratégica, fundamental não só pelo lado bilateral mas para a inserção do Brasil no mundo. A filosofia do presidente Lula é que para nos integrarmos adequadamente no mundo, para que a voz da América Latina e América do Sul seja ouvida é preciso que tenhamos uma capacidade de coordenação. Claro que facilita quando você tem afinidades, não há dúvida, mas do nosso lado não vamos deixar que simpatias pessoais ou o oposto afete nosso relacionamento de estado com a Argentina."

Para o governo brasileiro, o triunfo do candidato do partido A Liberdade Avança sempre foi o pior cenário, não apenas pelas divergências ideológicas e a proximidade de Milei com o ex-presidente Jair Bolsonaro — que já indicou que irá à posse —, mas também pela ameaça de retrocesso na política de integração regional, pilar da política externa brasileira.

Há divergência profunda entre Lula e Milei sobre a integração latino-americana. O presidente eleito da Argentina pode seguir os passos de seu amigo Bolsonaro e retirar a Argentina da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e até mesmo interromper o processo de adesão ao Brics, que inclui países com os quais ele já disse não pretender se relacionar e os quais costuma achincalhar publicamente, especialmente a China.

Como mostrou "O Globo", Lula espera sinais de Milei de que há possibilidade de existir uma relação amistosa com o Brasil, independentemente das diferenças políticas e ideológicas entre os gestores dos dois países.

Somente a partir de então será possível uma conversa telefônica entre Milei e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e até mesmo a ida de Lula à posse do economista da direita radical, em Buenos Aires, no próximo dia 10 de dezembro.

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