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África do Sul começa luto festivo por Nelson Mandela

O país recebeu a perda de Mandela com tristeza e pesar, mas também como uma oportunidade de celebrar seu colossal legado

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	Homem observa a bandeira do país a meio mastro, em homenagem ao líder Nelson Mandela: os preparativos para o funeral também começam
 (Mark Andrews/Daily Dispatch/Gallo Images/Getty Images)

Homem observa a bandeira do país a meio mastro, em homenagem ao líder Nelson Mandela: os preparativos para o funeral também começam (Mark Andrews/Daily Dispatch/Gallo Images/Getty Images)

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Marcel Gascón

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às, 17h20.

Johanesburgo - A África do Sul iniciou nesta sexta-feira uma espécie de "luto festivo" em homenagem a Nelson Mandela e abriu uma nova etapa sem o homem mais decisivo de sua história, que a mudou para sempre com seu compromisso, carisma e magnanimidade.

O país recebeu a perda de Mandela com tristeza e pesar, mas também como uma oportunidade de celebrar seu colossal legado.

Esse "luto festivo" pôde ser visto no antigo gueto negro de Soweto, onde morou o ex-presidente sul-africano, e na casa do bairro de Houghton, também em Johanesburgo, na qual morreu aos 95 anos na noite de ontem.

O contraste entre estas duas regiões da grande Johanesburgo perfila a trajetória de Mandela, que chegou pobre e sem apoios à grande cidade e morreu, venerado pela África do Sul e pelo mundo inteiro, em um de seus bairros mais ricos.

O ambiente comum de celebração de seu legado que se viveu em cenários tão díspares como os antigos guetos de Soweto e Alexandra e os luxuosos subúrbios de Sandton e Houghton, ambos em Johanesburgo, mostra um pouco de sua figura.

"Este deve ser um momento para nos unir como país, como Mandela conseguiu que fizéssemos ", afirmou à Agência Efe Andy Coetzee, africâner, ativista cultural e empresário do entretenimento em Soweto.

Coetzee não esconde sua esperança perante o que considera "uma oportunidade para nos aproximarmos", e coloca "em primeiro lugar" o empenho que Mandela conseguiu em seu dia.

"Unindo de novo a nação", dizia um colorido cartaz pregado hoje em uma cerca de Oxford Road, perto da casa de Madiba - como era conhecido o ex-presidente em seu país.

Em frente à casa de Mandela em Houghton, como na praça do centro comercial do bairro de Sandton que leva seu nome, havia flores e mensagens de reconhecimento e homenagem para aquele que talvez seja a figura histórica contemporânea mais unanimemente admirada.

Transformado em um hospital até o momento de sua morte, sua residência viveu hoje uma peregrinação em massa de sul-africanos de todas as raças, que cantaram o hino nacional e expressaram luto e apreço em uma harmonia que dificilmente se teria alcançado sem a personalidade de Madiba.


Enquanto isso, as emocionantes cenas de lembrança se repetiam na Rua Vilakazi, em Soweto, em frente à qual foi durante mais de 15 anos a casa de Mandela.

Centenas de membros e simpatizantes do governamental Congresso Nacional Africano (CNA), que um dia foi liderado por Mandela, cantavam e dançavam lembrando, ao ritmo de canções, a luta contra o regime racista do apartheid.

Os preparativos para o funeral também começam. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou que o Estado o realizará no domingo, 15 de dezembro, na cidade de Qunu, onde Mandela cresceu e pediu para ser enterrado.

Conforme informou Zuma, os sul-africanos poderão dar o último adeus ao que muitos consideram o pai da pátria entre 11 e 13 de dezembro, quando seu corpo descansará no edifício Union Buildings de Pretória, sede do governo nacional.

A grande despedida popular será, no entanto, em 10 de dezembro, perante as 90 mil cadeiras do FNB Stadium de Soweto, onde vai acontecer a missa oficial pela alma de Madiba.

No mesmo FNB Stadium, antigo Soccer City, ocorreu, em 11 de julho de 2010, a última aparição pública de Mandela, na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo de 2010.

Ali também deu um discurso histórico em 16 de dezembro de 1990 um recém-libertado Nelson Mandela, após passar 27 anos nas prisões do apartheid e quatro anos antes de se transformar no primeiro presidente negro da África do Sul. EFE

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