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"O mercado está otimista, mas teremos muitas bolhas", diz Rubenstein

Cofundador da gestora de private equity Carlyle, David Rubenstein diz que as economias não vão voltar tão rapidamente como os investidores parecem crer

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David Rubenstein, cofundador do The Carlyle Group: excesso de dólares acaba tendo um efeito nefasto nos países emergentes (Riccardo Savi/Flickr)

David Rubenstein, cofundador do The Carlyle Group: excesso de dólares acaba tendo um efeito nefasto nos países emergentes (Riccardo Savi/Flickr)

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Natália Flach

Publicado em 8 de junho de 2020 às, 18h57.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às, 12h56.

Um dos fundadores da gestora de private equity Carlyle, que tem mais de 200 bilhões de dólares sob gestão, David Rubenstein diz que os mercados estão excessivamente otimistas, à frente do que deveriam estar. "As bolsas antecipam muito as coisas, mas acho que a economia não vai voltar correndo", afirma o executivo de 70 anos, em live realizada pelo BTG Pactual, nesta segunda-feira.

"Em geral, leva de três a quatro anos para a economia voltar ao ponto que estava antes de uma crise. Só que as bolsas nos Estados Unidos já voltaram ao mesmo patamar de antes da pandemia do novo coronavírus", compara. Para o especialista, a recessão será profunda, mesmo que as pessoas queiram voltar a trabalhar. "As empresas não sabem se ao abrir [as portas] novamente vão precisar recontratar todos funcionários, talvez as vendas sejam mais lentas." Esse cenário implicaria aumento do desemprego.

Em algum momento, Rubenstein acredita que haverá bolhas de ativos principalmente em mercados emergentes. Isso porque as taxas de juro no mundo estão baixas, e os Estados Unidos continuam imprimindo dinheiro. Esse excesso de dólares terá um efeito no médio prazo, quando a moeda americana voltar a subir, pressionando para cima a inflação. "Veremos endividamentos e falências", diz. "Quando você empresta dinheiro de graça [por causa dos juros baixos], os ativos sobem de preço, por isso teremos muitas bolhas."

Para além do cisne negro — evento não previsto — da pandemia de covid-19, houve uma queda expressiva do preço do petróleo. "A demanda pelo petróleo já vinha caindo pelo uso de fontes renováveis de energia. Isso, aliado ao fato de que as pessoas perceberam que não precisam viajar tanto, fará com que o barril dificilmente volte a ser negociado a 140 dólares."

Rubenstein acredita que até as eleições o presidente americano Donald Trump vai culpar a China por várias questões, inclusive, pela eclosão da pandemia. "Depois das eleições, é possível que os países cheguem a um acordo."

Fora dos Estados Unidos, o maior lugar para se investir é na China, segundo o executivo. "Acho que nos próximos dez anos a China poderá ser o maior mercado, e os Estados Unidos ficarão em segundo lugar. Depois, pode ser que a Índia ultrapasse os Estados Unidos."

Para o executivo, private equity vai continuar bastante interessante apesar de talvez não oferecer taxas de retorno tão atrativas. "A indústria continuará crescendo na América Latina."

Filantropia

Rubenstein diz que, quando jovem, deu muita sorte no mundo dos negócios e ele quis devolver o dinheiro à sociedade. "Me inspirei em Warren Buffett e Bill Gates, que foram os primeiros. Todo mundo gosta de sucesso, mas o maior prazer não vem de casas e obras de arte e, sim, de ajudar pessoas menos favorecidas com bolsas [de estudo]. Então, pergunto a todos: o que você pode fazer pelos menos favorecidos?"

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