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Preços em alta, vacância em baixa: galpões têm bom 2023 e Colliers vê continuação da tendência

Em São Paulo, maior mercado logístico do País, a vacância diminuiu mesmo com a chegada de novos empreendimentos

Galpões: mercado logístico deve continuar aquecido em 2024, diz Colliers (Mariana Desidério/Site Exame)

Galpões: mercado logístico deve continuar aquecido em 2024, diz Colliers (Mariana Desidério/Site Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 08h46.

Última atualização em 19 de janeiro de 2024 às 11h00.

Os galpões de alto padrão tiveram uma valorização no preço médio do aluguel em 2023 – e os bons ventos devem continuar este ano. A conclusão é da pesquisa da consultoria especializada em imóveis Colliers, adiantada à EXAME

O levantamento mostrou uma alta de 8% nos preços médios de locação de condomínios logísticos no Brasil. Os valores por metro quadrado subiram de R$ 23 em 2022 para R$ 24,9 ao final do ano passado.

Já o mercado paulista, que representa 55% do inventário de galpões existente no País, alcançou uma elevação de 13% nos preços em 2023. O valor médio de locação por metro quadrado subiu de R$ 23,2 para R$ 26,3 na comparação anual. Frente ao terceiro trimestre, a alta foi de 5%. 

A capital tem o maior preço do Estado, com a locação alcançando R$ 37,2 por metro quadrado. Na sequência, entram Guarulhos e Grande ABC, com valores de metro quadrado de R$ 32,6 e  R$ 28,2, respectivamente.

"Temos percebido aumento de preços em praticamente todas as regiões logísticas no estado de São Paulo. É um movimento natural dado a baixa oferta de empreendimentos e o alto custo de construção. A expectativa é de que os valores sigam em tendência de alta nos próximos meses", afirma Paula Casarini, CEO da Colliers no Brasil

Apesar das dificuldades de oferta, houve uma oferta de novos empreendimentos em 2023. O estado registrou a entrega de aproximadamente 470 mil metros quadrados de novo inventário. Segundo a Colliers, o inventário paulista fechou o ano em 14 milhões de metros quadrados, crescimento de 10% em relação a 2022.

Ainda assim, a vacância continua baixa no estado. Mesmo com a chegada de novos galpões ao longo do ano, a taxa de vacância recuou 1 ponto percentual (p.p.) em relação a 2022, encerrando 2023 em 11%.

Segundo o levantamento, a redução na vacância se deve ao volume recorde de locações registradas em 2023. A absorção bruta no ano foi de 2,23 milhões de metros quadrados – 30% maior do que a registrada um ano atrás. Já a absorção líquida, que representa o saldo entre novas locações e devoluções, também alcançou um novo patamar: 1,34 milhões de metros quadrados, número 33% acima do observado em 2022.

"O mercado de condomínios logísticos em São Paulo, mais uma vez, apresentou números expressivos. Tivemos recorde de locações, aumento no preço médio pedido e vacância controlada. A atividade construtiva para este ano deve continuar positiva, principalmente nas regiões próximas à capital paulista", conclui Casarini.

O que esperar do mercado logístico em 2024

O mercado logístico brasileiro como um todo deve se beneficiar este ano com a perspectiva de queda na taxa básica de juros, a Selic, e o controle da inflação. A expectativa é que isso aumente o fluxo de capital para a renda variável e para os fundos imobiliários – grandes atores das novas emissões e aquisições de ativos no mercado de galpões.

A CEO da Colliers destaca ainda a redução gradual do desemprego. “Isso contribui para melhora do consumo das famílias e, consequentemente, da atividade logística. A combinação de todos estes fatores deve contribuir para que a atividade construtiva siga aquecida”.

Para além de SP: Minas Gerais é destaque em vacância

O mercado de galpões de Minas Gerais é o terceiro maior do País, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2023, foram entregues sete novos empreendimentos de alto padrão que adicionaram aproximadamente 275 mil metros quadrados ao inventário existente de Minas Gerais.

Além disso, a taxa de vacância está próxima de 5% – uma das menores do país. Para este ano, é esperado que o inventário de Minas fique próximo de três milhões de metros quadrados.

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