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Unilever deixará de usar a palavra "normal" nos produtos e distorcer imagens em campanha

Iniciativa faz parte do movimento global Beleza Positiva anunciado pela Unilever nesta terça-feira, 9

Unilever lança movimento Beleza Positiva (Unilever/Reprodução)

Unilever lança movimento Beleza Positiva (Unilever/Reprodução)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 9 de março de 2021 às 12h04.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 12h05.

A fabricante de bens de consumo Unilever anuncia nesta terça-feira, 9, o movimento global Beleza Positiva, que visa promover mudanças positivas tanto para as pessoas quanto para o planeta a partir de uma nova visão e estratégia para a categoria de beleza, higiene e cuidados pessoais.

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Uma das principais atuações do movimento será a retirada do termo “normal” das embalagens e também da publicidade de seus produtos de beleza e cuidados pessoais. A empresa se compromete também a não fazer qualquer alteração digital para modificar o tamanho, formato e/ou proporção do corpo e a cor da pele em fotos de anúncios, e vai trabalhar para aumentar cada vez mais a diversidade na propaganda de suas marcas. A expectativa é que em no máximo um ano não sejam mais encontrados produtos e campanhas com essas imagens e termos nas prateleiras.

"Este é um marco importante na história da Unilever e com a intenção de inspirar mudanças maiores e reais, visto que nossos produtos são consumidos diariamente por 1 bilhão de pessoas no mundo e ainda mais pessoas são impactadas todos os dias com as comunicações da companhia", diz Juliana Carvalho, diretora da Unilever na categoria de produtos para cabelos.

As decisões foram tomadas a partir de uma pesquisa com 10 mil pessoas em nove países - Brasil, China, Índia, Indonésia, Nigéria, Arábia Saudita, África do Sul, Reino Unido e EUA - entre os dias 28 de janeiro e 15 de fevereiro de 2021. Nela:

  • Sete em cada dez entrevistados pela pesquisa afirmam que o uso da palavra “normal” nos produtos de beleza e cuidados pessoais contribui para a percepção negativa da autoestima. Dentre os mais jovens, respondentes com idades entre 18 e 35 anos, esse percentual é ainda maior: 80% consideram a denominação prejudicial para a autoaceitação.
  • Para 74% dos entrevistados a indústria da beleza precisa focar em contribuir para que as pessoas se sintam bem, muito mais do que fomentar a ideia de uma “boa aparência”. No Brasil o índice chega a 80%. Fotos editadas, celebridades, modelos e influenciadores que não parecem autênticos e reais, e a pressão para a compra de produtos “antienvelhecimento" foram apontados como os principais fatores de interferência na autoestima.
  • No Brasil, 58% acreditam que a indústria reforça ideais restritivos em torno do que é considerado o padrão de beleza, e 64% das pessoas se sentem pressionadas a ter uma determinada aparência para se adequar ao que é considerado belo pela sociedade.

Para Sunny Jain, presidente da Unilever na categoria de beleza e cuidados pessoais, o crescimento da consciência em relação às consequências dos padrões de beleza, e a influência disso no modo de pensar e agir das pessoas, proporciona à Unilever e suas marcas a oportunidade de gerar grande impacto na sociedade.

"Sabemos, é claro, que remover o ‘normal’ por si só não resolverá o problema, mas acreditamos ser esse um primeiro passo importante dentre muitos outros que virão em direção a um conceito mais inclusivo de beleza, livre de estereótipos", diz.

A decisão de remover a definição "normal" das embalagens e da publicidade das marcas de beleza e cuidados pessoais é apenas uma das ações dentro do que está sendo anunciado pela companhia. Os compromissos incluem usar o poder de abrangência das marcas Unilever para melhorar a saúde e bem-estar, além de avançar em equidade e inclusão, impactando 1 bilhão de pessoas por ano, até 2030.  Para isto, serão realizadas ações como:

  • Atuar pelo fim da discriminação na beleza e defender a inclusão desafiando ideais de beleza, construindo um portfólio mais inclusivo.
  • Impulsionar a equidade de gênero por meio de programas que serão conduzidos por nossas marcas, desafiando o status quo e trabalhando por uma publicidade livre de estereótipos
  • Melhorar a saúde e bem-estar por meio de iniciativas educacionais já existentes sobre lavagem de mãos e higiene bucal, expandindo para a saúde física e bem-estar mental.
  • Colaborar para a proteção e regeneração de 1,5 milhão de hectares de terras, florestas e oceanos até 2030, o que representa uma área maior do que a necessária para o cultivo de ingredientes renováveis utilizados nos produtos de beleza e cuidados pessoais.
  • Apoiar a proibição global de testes em animais até 2023, trabalhando em conjunto com órgãos legisladores, organizações de proteção animal e outras empresas com objetivos semelhantes. A Unilever tem 23 marcas de Beleza e Cuidados Pessoais já aprovadas pela PETA, além de outras em busca desta certificação.

Já em prática

    Para impulsionar e acelerar a transformação, marcas como Dove, Seda, Lux, Vasenol e Love Beauty and Planet e outras estão atentas a inovação e tecnologia no uso de ingredientes mais naturais, biodegradáveis, ao mesmo tempo em que continuará se dedicando ao redesign de embalagens para reduzir cada vez mais o uso do plástico.

    Além disso, Seda, por exemplo, anunciou em novembro compromissos assumidos em prol da inclusão racial no Brasil, como mais protagonismo em campanhas, em parceria com os institutos Plano de Menina e Identidades do Brasil (ID_BR), e os coletivos Afrolever e Asmina. Já Dove realiza pesquisas para incentivar a quebra de padrões na adolescência e outras iniciativas.

    "Os consumidores esperam cada vez mais que as empresas assumam uma posição a respeito de questões importantes. Tomar decisões como essas da Unilever é bom para as pessoas, para o meio ambiente e para os negócios", afirma Carvalho.

     

     

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