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ChatGPT estreia entre as 100 marcas mais valiosas do mundo com valor de US$ 43,5 bilhões; veja lista

Apple lidera pelo quarto ano consecutivo o ranking da Kantar BrandZ, com valor de US$ 1,3 trilhão; as 100 marcas mais valiosas somam US$ 10,7 trilhões, alta de 29% em relação a 2024

ChatGPT: empresa aparece pela primeira vez no ranking global da Kantar BrandZ, que destaca as marcas com maior contribuição para o desempenho financeiro de seus negócios (Chris Jung/NurPhoto/Getty Images)

ChatGPT: empresa aparece pela primeira vez no ranking global da Kantar BrandZ, que destaca as marcas com maior contribuição para o desempenho financeiro de seus negócios (Chris Jung/NurPhoto/Getty Images)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 15 de maio de 2025 às 10h59.

Última atualização em 15 de maio de 2025 às 11h00.

O ChatGPT, inteligência artificial generativa da OpenAi, estreou no ranking Kantar BrandZ Global das marcas mais valiosas de 2025 na 60ª posição, avaliado em US$ 43,5 bilhões. A edição marca os 20 anos do estudo realizado pela Kantar, empresa global de dados e insights de marketing.

As 100 marcas mais valiosas do mundo somaram, juntas, US$ 10,7 trilhões em valor de marca neste ano, uma alta de 29% em relação a 2024. Desde 2006, o Top 100 Global da Kantar adicionou mais de US$ 9,3 trilhões em valor total.

A Apple manteve a liderança pelo quarto ano consecutivo, com uma marca avaliada em US$ 1,3 trilhão, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Ela é, inclusive, a única empresa do ranking com valor superior a um trilhão, o que representa mais de 12% do total do Top 100.

A edição de aniversário mostra que marcas disruptivas impulsionam seu valor no longo prazo: aquelas que desafiaram e transformaram suas categorias representam 71% do valor total do Top 100 desde 2006. Além do ChatGPT, outras estreantes em 2025 foram a Stripe, plataforma de serviços financeiros, em 85º lugar (US$ 26,1 bilhões), e a rede de restaurantes Chipotle, logo em seguida, na 86ª posição (US$ 26,1 bilhões).

“As marcas inovadoras acompanham as necessidades dos consumidores ou as redefinem inteiramente e têm remodelado o Top 100 Global nas últimas duas décadas. As mais bem-sucedidas, por exemplo, como Apple, Amazon, Google e Microsoft, há muito se afastaram da sua base de produtos original”, diz Milton Souza, CEO da divisão Insights da Kantar Brasil.

Para Souza, a ascensão do ChatGPT evidencia o potencial de uma marca de ganhar notoriedade e impactar o cotidiano das pessoas. “Mas com a concorrência acelerada da IA generativa, a OpenAI precisará investir na sua marca para preservar o seu impulso como pioneira.”

O estudo aponta que marcas se consolidam por meio de exposição e experiências contínuas. As que se destacam mantêm consistência na comunicação e valorizam os ativos intangíveis associados à percepção do consumidor.

“As empresas mais inteligentes diferenciam as suas marcas a ponto de os consumidores estarem dispostos a pagar um valor premium, porque conseguem manter ou sobreviver a aumentos de preços sem prejudicar a procura. Isto é crucial para proteger as margens quando enfrentam pressões externas”, afirma Martin Guerrieria, diretor da Kantar BrandZ.

Marcas de tecnologia seguem no topo do ranking

As cinco marcas mais valiosas do ranking de 2025 são todas ligadas à tecnologia: Apple, Google (US$ 944 bilhões, +25%), Microsoft (US$ 884 bilhões, +24%), Amazon (US$ 866 bilhões, +50%) e NVIDIA (US$ 509 bilhões, +152%).

Instagram e TikTok também aparecem entre as dez primeiras colocadas, com altas de 101% e 25%, respectivamente. Segundo a Kantar, essas redes continuam influenciando os hábitos de consumo e impulsionando o comércio eletrônico direto ao consumidor, tanto para marcas quanto para criadores de conteúdo.

“Em um mundo de saturação digital e expectativas cada vez mais exigentes dos consumidores, as marcas precisam atender às necessidades das pessoas, conectar-se emocionalmente com elas e oferecer algo que outros não oferecem para ter sucesso”, explica Souza. “Elas precisam ser não apenas diferentes, mas significativamente diferentes. O domínio de marcas como Apple, Instagram e McDonald’s sublinha o poder de uma experiência de marca consistente com a qual as pessoas podem se relacionar e lembrar.”

O Top 10 se completa com Facebook (US$ 300 bilhões), McDonald’s (US$ 221 bilhões), Oracle (US$ 215 bilhões) e Visa (US$ 213 bilhões). A seguir, a lista completa:

Top 10 Kantar BrandZ 2025

  • 1. Apple – US$ 1,29 trilhão (+28%)
  • 2. Google – US$ 944,1 bilhões (+25%)
  • 3. Microsoft – US$ 884,8 bilhões (+24%)
  • 4. Amazon – US$ 866,1 bilhões (+50%)
  • 5. NVIDIA – US$ 509,4 bilhões (+152%)
  • 6. Facebook – US$ 300,6 bilhões (+80%)
  • 7. Instagram – US$ 228,9 bilhões (+101%)
  • 8. McDonald’s – US$ 221 bilhões (estável)
  • 9. Oracle – US$ 215,3 bilhões (+48%)
  • 10. Visa – US$ 213,3 bilhões (+13%)

Mercado global revela concentração e novos destaques regionais

As marcas dos Estados Unidos seguem dominando o ranking, representando 82% do valor total do Top 100 em 2025 — em 2006, esse percentual era de 63%. Já as marcas europeias caíram de 26% para 7% do valor total no mesmo período. As marcas chinesas, por sua vez, dobraram de valor nos últimos 20 anos e hoje respondem por 6% do total.

Fora dos Estados Unidos, cinco marcas se destacaram em 2025. A argentina Mercado Livre, única marca latino-americana na lista, aparece em 50º lugar com US$ 49,8 bilhões. A sueca Spotify voltou ao ranking na 76ª posição (US$ 29,6 bilhões). A indiana Airtel aparece em 66º (US$ 37,1 bilhões) como a marca de telecomunicações com crescimento mais rápido. A espanhola Zara subiu cinco posições e chegou ao 65º lugar (US$ 37,2 bilhões). Já o banco canadense RBC ficou em 59º (US$ 44,1 bilhões), com a maior alta entre marcas financeiras fora dos EUA, de 43%.

O setor de varejo cresceu 48% no pós-pandemia, impulsionado por e-commerce e marcas próprias. Já as categorias tradicionais tiveram desempenho mais fraco: vestuário (0%), alimentos e bebidas (-1%) e cuidados pessoais (-5%) permaneceram estáveis ou diminuíram, embora marcas como Uniqlo, Coca-Cola e Dove estejam crescendo e superando concorrentes.

Algumas marcas conseguiram se destacar em categorias em retração. No setor de bebidas alcoólicas, houve queda de 11%, pressionado pela redução do consumo, especialmente entre os mais jovens, que têm priorizado saúde e bem-estar e aumentado a demanda por bebidas com baixo ou nenhum teor de álcool.

A fragmentação entre destilados e cervejas artesanais também influencia na diluição das marcas mais tradicionais desse setor. Duas marcas brasileiras estão presentes no top 20 dessa categoria, com Brahma (9º lugar, US$ 6,6 bilhões) e Skol (12º lugar, US$ 6,1 bilhões), crescendo duas posições cada.

O setor de luxo recuou 2% em 2025, após ter sido um dos poucos a crescer durante a pandemia. A queda é atribuída, em parte, à menor demanda na China, onde consumidores passaram a priorizar experiências em vez de símbolos de status, em meio a um movimento de rejeição à ostentação.

A Kantar BrandZ é a principal plataforma de avaliação de marcas da Kantar, que mede o valor das marcas ao quantificar sua contribuição para o desempenho financeiro das empresas. Com base em dados financeiros e pesquisas de brand equity realizadas com mais de 4 milhões de consumidores em 54 mercados, o ranking anual fornece insights estratégicos sobre construção de marca desde 1998. O relatório completo está disponível no site.

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