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Remy Sharp
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A academia recebeu o ChatGPT com desconfiança. Meus primeiros contatos com o ChatGPT – a solução criada pela empresa OpenAI usando a tecnologia LLM (large language model) lançada no final de 2022 – foi lendo notícias sobre as reações das instituições de ensino americanas. Receberam com preocupação, preocupadas pelos riscos de plágio.

De fato, alunos começaram a usar a ferramenta para redigir redações como se fossem de sua autoria, o que gerou a reação de preocupação. Mas e as possibilidades de uso positivo? A internet se tornou uma enciclopédia interativa mais eficiente do que todas as coleções tradicionais que se tinha no passado.

Agora, imagine uma enciclopédia “viva”, que cria conteúdo respondendo às perguntas específicas dos alunos? E do lado do professor, imaginem quantas atividades administrativas que os professores precisam realizar poderiam ser “feitas” pela IA, podendo os professores usarem seu tempo para atividades de maior valor para o ensino?

O tema não é simples, isso é certo. Bill Gates, por exemplo, publicou na sua página em março deste ano os diversos usos positivos que a tecnologia pode ter, em particular, em educação. É fácil ser persuadido pelo texto de Gates. Por outro lado, semanas depois, o historiador Yuval Harari publicou um artigo no jornal The New York Times levantando preocupações relevantes com esta geração da IA, podendo, segundo ele, se tornar “o sistema operacional da cultura humana”.

Também vale lembrar a preocupação de Elon Musk sobre a possibilidade de os robôs dominarem o mundo, causando uma espécie de “apocalipse da IA”. Estive na edição deste ano do evento SXSW e também na sua versão voltada para educação, o SXSW EDU. O tema principal nas duas edições? Sim, acertou, inteligência artificial. No evento, vi uma abordagem mais produtiva quanto a IA, nem negativa nem positiva, mas de curiosidade.

A IA será o que fizermos dela

Um aluno trapaceiro pode até usar o ChatGPT para fazer o trabalho por ele, mas quais chances ele terá no mercado de trabalho agindo assim? Já o aluno interessado terá um mundo inesgotável de conhecimento ao seu alcance. Um professor pode ter uma atitude resistente, indo contra algo imparável, ou pode adotar a ferramenta para seu benefício próprio e de seus alunos.

Enquanto sociedade, penso que devemos encarar a IA com cuidado, mas com curiosidade, compreendendo e refletindo sobre seus riscos e oportunidades. E debatendo o tema com profundidade e serenidade e, acima de tudo, com abertura a algo que pode fazer avançar a humanidade como nenhuma outra tecnologia. Afinal, a inteligência humana está por trás da inteligência artificial.

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