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Sucessão de fundadores: preparação, diversidade e preservação de identidade

As armadilhas a serem evitadas durante a preparação para a sucessão e os princípios fundamentais para uma sucessão eficaz

Sucessão de Fundadores: Estratégias eficazes e armadilhas a serem evitadas durante a preparação para a sucessão. (Freepik/Reprodução)

Sucessão de Fundadores: Estratégias eficazes e armadilhas a serem evitadas durante a preparação para a sucessão. (Freepik/Reprodução)

Luis Giolo
Luis Giolo

Colunista

Publicado em 23 de novembro de 2023 às 15h25.

Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 18h44.

O processo de sucessão em empresas lideradas por fundadores é um campo minado, envolvendo emoções complexas e um planejamento estratégico minucioso. Esse desafio se torna ainda mais acentuado quando a marca é intrinsecamente ligada ao fundador. Marcas icônicas, muitas vezes, têm fundadores igualmente icônicos, o que torna a transição de liderança um momento crítico e delicado.

A transição de um fundador para um novo líder demanda previsão, tempo e um planejamento cuidadoso. Há elementos únicos que complicam essa sucessão. A marca frequentemente começa como uma solução para um problema pessoal do fundador e, muitas vezes, carrega seu nome. Além disso, os fundadores são figuras altamente visíveis na comunicação com os consumidores, o que acrescenta uma dimensão pessoal ao negócio.

Com base em conversas com líderes do setor de beleza, as colegas Michelle Park, Sarah Van Dyck e Ashley Harding identificaram algumas estratégias eficazes e armadilhas a serem evitadas durante a preparação para a sucessão.

Ninguém gosta de surpresas: planeje a longo prazo

O primeiro passo para uma transição tranquila é o alinhamento entre acionistas e fundador, garantindo clareza sobre a intenção e o momento da sucessão. Para os investidores, a comunicação aberta sobre a necessidade de um CEO mais experiente é crucial para estabelecer confiança com o fundador.

No entanto, para os fundadores, o momento de decidir “é hora de passar o bastão” e, por isso mesmo, complexo. Abrir mão do controle sobre algo construído com tanto esforço é desafiador. No entanto, contratar um novo CEO é uma virada para o futuro, focando na posição da empresa a longo prazo.

Procure peças diferentes do quebra-cabeça, não o mesmo formato

Evitar o viés de afinidade é crucial ao selecionar um sucessor. Embora seja tentador escolher alguém similar ao fundador, é essencial que o novo líder compartilhe os valores da empresa, mas traga conjuntos de habilidades diferentes para impulsionar o próximo capítulo do negócio.

Parcerias complementares entre fundador e CEO têm funcionado bem. A combinação de habilidades opostas, porém complementares, permite tensão criativa e ideias inovadoras, empoderando cada líder em suas áreas de especialização.

Evoluindo para o próximo capítulo e além

Estabelecer linhas claras de tomada de decisão e delinear funções e responsabilidades do novo CEO e do fundador é vital, especialmente se o fundador permanecer envolvido no negócio. A definição precisa de papéis e limites ajuda a evitar ambiguidades.

Preservar a visão e o legado do fundador enquanto se adota uma nova liderança é essencial. A marca, muitas vezes, está ligada à relação emocional dos consumidores com o fundador e, portanto, construir confiança é crucial para manter a fidelidade do cliente durante a transição.

A sucessão de fundadores é uma jornada sensível e estratégica. Preparação cuidadosa, reconhecimento de habilidades distintas e preservação da identidade são cruciais para garantir uma transição suave e bem-sucedida para o próximo capítulo da empresa.

Princípios fundamentais para uma sucessão eficaz

A preparação para a sucessão demanda consideração cuidadosa de três princípios-chave que devem ser a base do planejamento:

  • Tempo adequado: as sucessões, especialmente a do fundador, não devem ser apressadas. Elas normalmente demandam de 12 a 18 meses para CEOs tradicionais. É essencial envolver todas as partes interessadas, incluindo membros da equipe que devem permanecer após a transição;
  • Transparência integral: quanto mais todas as partes interessadas estiverem alinhadas sobre os objetivos de longo prazo da empresa e a razão por trás da transição do CEO, melhor será o resultado. Essas discussões podem ser desafiadoras, requerendo facilitação e reflexão para separar a identidade pessoal da empresarial;
  • Construção de confiança: estabelecer e manter ativamente a confiança é o aspecto mais crítico. Fundadores valorizam aqueles que compartilham sua visão, compreendendo e comprometendo-se com a causa. A transparência também desempenha um papel crucial, pois fundadores apreciam indivíduos que compartilham informações abertamente e compreendem a importância desse aspecto para o negócio.

Esses princípios são fundamentais para uma transição suave, permitindo ao novo CEO compreender os valores e a visão da marca. O envolvimento de todos os stakeholders, desde acionistas até colaboradores, promove uma compreensão coesa do percurso da empresa. Essa clareza facilita não apenas transições fluidas, mas também reforça o compromisso com o sucesso duradouro da marca.

Por meio de uma comunicação franca e aberta, o intricado processo de sucessão transforma-se em uma oportunidade de crescimento, testemunhando o legado duradouro da marca e do seu fundador.

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