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Remy Sharp
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Fundos alertam para retornos mais baixos com carteira 60/40

O GIC e o Future Fund disseram que investidores globais têm contado há décadas com o mercado de títulos para elevar os retornos enquanto protegem o portfólio

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Com a queda dos retornos dos títulos, o modelo de portfólio 60/40 pode gerar retornos reais — após a inflação — de apenas 1% a 2% ao ano na próxima década (Germano Lüders/Exame)

Com a queda dos retornos dos títulos, o modelo de portfólio 60/40 pode gerar retornos reais — após a inflação — de apenas 1% a 2% ao ano na próxima década (Germano Lüders/Exame)

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David Ramli e David Scanlan, da Bloomberg

Publicado em 10 de março de 2021, 13h12.

Última atualização em 10 de março de 2021, 13h54.

Dois dos maiores fundos soberanos do mundo dizem que investidores devem esperar retornos muito menores daqui para a frente, em parte porque a típica carteira com 60% em ações e 40% em títulos já não funciona tão bem no cenário atual de juros.

O GIC, de Singapura, e o Future Fund, da Austrália, disseram que investidores globais têm contado há décadas com o mercado de títulos para elevar os retornos enquanto protegem o portfólio contra os riscos do mercado acionário. Esses dias acabaram com os rendimentos em alta.

“Em retrospecto, os títulos foram esse presente”, com um rali de 40 anos que impulsionou todas as carteiras, disse Sue Brake, diretora de investimentos do Future Fund, com 218,3 bilhões de dólares australianos (168,4 bilhões de dólares). “Mas acabou”, acrescentou, “substituir isso é impossível, não acho que haja uma classe de ativo que possa substituir isso”.

Com a queda dos retornos dos títulos, o modelo de portfólio 60/40 pode gerar retornos reais — após a inflação — de apenas 1% a 2% ao ano na próxima década, disse Lim Chow Kiat, diretor-presidente do GIC. Isso se compara a ganhos de 6% a 8% nos últimos 30 a 40 anos, afirmou.

“Isso não é particularmente emocionante”, disse Lim durante conferência da Associação de Gestão de Investimentos de Singapura organizada com a Bloomberg na terça-feira.

Brake, do Future Fund, disse que fundos como o dela terão de trabalhar mais para diversificar seus portfólios em busca de retornos. Ela citou seis maneiras pelas quais os mercados mudaram com a pandemia, incluindo maior intervenção regulatória, maiores riscos de inflação, fatores adicionais de desempenho e mercados mais “frágeis”.

Os fundos têm alertado por mais de uma década sobre os retornos decrescentes, disse Brake, mas os ganhos continuaram. No entanto, investidores devem esperar retornos mais baixos à frente, disse a gestora. Títulos globais acumulam alta de 382% desde 1991, ou cerca de 5,4% ao ano, com base no índice Bloomberg Barclays Global Aggregate.

“Estamos repetindo a mesma mensagem de que, daqui em diante, os retornos serão muito mais difíceis”, disse Brake, cujo fundo registrou retorno de 9,2% ao ano na última década.
O fundo soberano da Noruega, com 1,3 trilhão de dólares em ativos, já fez a mudança, obtendo aprovação para ajustar seu mix de ações e títulos para 70/30 em 2017. No fim do ano passado, detinha cerca de 73% em ações e 25% em títulos.

Lim, do GIC, também alertou sobre o excesso de estímulo dos governos e o efeito sobre a inflação.
“Como investidor de longo prazo, temos algumas preocupações sobre o uso de estímulos”, disse. Lim acrescentou que o fundo prefere “capital e dinheiro destinados ao crescimento de longo prazo, fatores estruturais de longo prazo, em vez de usar dinheiro para gastar”.

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