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Taxa de juros média para pessoa física é a maior desde dezembro 2019

Segundo a Anefac, a tendência é que as taxas de juros das operações de crédito continuem sendo elevadas nos próximos meses; entenda os motivos

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Todas as linhas de empréstimo tiveram suas taxas elevadas no mês (Towfiqu Photography/Getty Images)

Todas as linhas de empréstimo tiveram suas taxas elevadas no mês (Towfiqu Photography/Getty Images)

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Karla Mamona

Publicado em 10 de setembro de 2021, 11h11.

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir no mês de agosto. É o que aponta um levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgado nesta sexta-feira, 10. 

Segundo os dados do levantamento, a taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual no mês (1,60 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 1,17% no mês (1,58% em doze meses) passando de 5,99% ao mês (100,99% ao ano) em julho/2021 para 6,06% ao mês (102,59% ao ano) em agosto/2021. Trata-se da maior taxa de juros desde dezembro de 2019. Todas as linhas de empréstimo tiveram suas taxas elevadas no mês. 

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de estudos e pesquisas da Anefac, explica que as elevações podem ser atribuídas ao aumento dos juros futuros, a expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior e devido a provável elevação dos índices de inadimplência e ainda o anúncio das elevações dos impostos das instituições financeiras da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) em 2021. 

“Essa provável inadimplência pode ocorrer por causa do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento dos auxílios emergenciais, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito”.

Para os próximos meses, Oliveira, acredita que, tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da taxa básica de juros (Selic) frente a uma inflação maior, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito continuem sendo elevadas.

Juros

Veja abaixo as taxas cobradas pelas linhas abaixo:

Linhas de empréstimo jul/21 ago/21
Juros do comércio 4,84% 4,86%
Cartão de crédito 12,30% 12,50%
Cheque especial 7,38% 7,42%
CDBs- Bancos 1,56% 1,58%
Empréstimo pessoal - bancos 3,40% 3,45%
Empréstimo pessoal - financeira 6,48% 6,52%