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Mesada deve ser merecida pelas crianças, diz especialista
Para Aquiles Mosca, do Santander, educação financeira infantil passa pela relação entre esforço e recompensa
Modo escuro
Mosca: pais devem dar o exemplo e envolver os filhos nas conversas sobre renda familiar (Divulgação)
Publicado em 1 de setembro de 2011 às, 07h00.
São Paulo – Dinheiro deve ser merecido, e a poupança deve ter objetivos. Essas são as duas principais lições de finanças pessoais que os pais devem passar para os filhos, na opinião de Aquiles Mosca, superintendente comercial e estrategista de pessoa física da Santander Asset Management. Ao contrário de muitos especialistas em educação financeira infantil, Mosca acredita que métodos como atrelar a mesada ao cumprimento de tarefas pode sim ser uma boa maneira de ensinar aos filhos o valor do dinheiro.
“Tem que ser como a fábula da da Cigarra e da Formiga”, diz o especialista, que nesta semana participou de um videochat sobre o tema pelo programa de educação financeira do Santander. Veja a seguir os principais trechos da entrevista de Aquiles Mosca para EXAME.com.
EXAME.com - Como os pais devem introduzir o assunto “dinheiro” para os filhos?
Aquiles Mosca - A primeira preocupação deve ser discutir o tema sempre em família. Assim que a criança já tiver condições de entender, é bom que os pais a envolvam nas decisões de consumo da família. Fica mais fácil para a criança colaborar para o orçamento se ela entende que a quantia economizada hoje vai ser usada para realizar um objetivo lá na frente. E não tem idade mínima, uma criança de cinco anos já consegue começar a conversar sobre dinheiro.
EXAME.com - Quais as lições mais importantes de finanças pessoais que os pais devem transmitir?
Mosca - Os pais devem dar o exemplo, mostrar para os filhos que eles poupam para poder consumir o que desejam no futuro. Criança aprende pelo exemplo. Ou seja, os pais devem fazer uma ligação entre esforço e recompensa. Outra maneira de fazer isso é mostrando que o dinheiro é resultado de empenho. Por exemplo, a mesada pode ser uma forma de recompensar o filho pelo cumprimento de suas tarefas domésticas ou pela manutenção das boas notas, como uma forma de remuneração mesmo.
EXAME.com - Alguns especialistas em educação financeira são contra essa ideia de “remunerar” as crianças pelo cumprimento das tarefas, pois defendem que a mesada é um instrumento para ensiná-las a lidar com dinheiro, não uma espécie de salário. Esses profissionais também acreditam que isso pode incutir, na criança, a vontade de apenas fazer as coisas por dinheiro – ou de fazer qualquer coisa por dinheiro. O que você acha disso?
Mosca - Eu não vejo risco algum em atrelar a mesada ao cumprimento de tarefas. O importante é ensinar que não se deve acumular dinheiro por acumular, e sim que devemos ganhar dinheiro para alcançar objetivos claros. São os pais que devem ensinar aos filhos a fazer planejamento de longo prazo. Hoje é um videogame, amanhã é a aposentadoria. É como a fábula da Cigarra e da Formiga. Se for feito dessa forma, a criança não vai se tornar consumista e vai aprender a valorizar o dinheiro.
EXAME.com - Existe uma idade certa para introduzir a mesada ou começar a falar sobre investimentos?
Mosca - É difícil precisar uma idade. Para introduzir esses assuntos, a criança precisa ter um raciocínio matemático, saber conceitos numéricos, o que geralmente começa a ser desenvolvido ainda na pré-escola. Mas cada criança tem um ritmo, e os pais devem ter sensibilidade para perceber. Ao falar sobre investimentos, é preciso que os adultos passem os conceitos de maneira simples e intuitiva. Por exemplo, dizer que uma ação é um pedacinho de uma empresa e que, ao comprar uma ação, o investidor se torna um dos donos da empresa, beneficiando-se quando a empresa ganha dinheiro. As crianças já têm capacidade de entender isso.
EXAME.com - A previdência complementar infantil pode ser um bom instrumento para ensinar sobre planejamento de longo prazo e investimentos?
Mosca - É um produto interessante, mas os pais só devem abrir uma previdência para os filhos se não estiverem endividados. E é melhor associar a previdência infantil a objetivos mais próximos da realidade da criança ou do adolescente, tipo pagar a faculdade ou comprar um carro aos 18 anos. Se os pais falarem que aquele investimento é para a aposentadoria, os filhos podem sentir que o objetivo está muito distante e cair na tentação de mexer na previdência antes da hora.
EXAME.com - Cartões de crédito podem ser usados por adolescentes?
Mosca - Adolescente pode e deve aprender a mexer com cartão de crédito, mas os pais não devem simplesmente pagar todas as faturas sem sequer questionar. O cartão é um meio para se consumir. Os pais devem determinar, junto com os filhos, que tipo de despesa vai ser paga com cartão de crédito e quanto os adolescentes podem gastar no cartão todo mês.
EXAME.com - Mas para introduzir a mesada não é melhor usar dinheiro?
Mosca - Cartões de débito e de crédito só devem ser usados a quando a criança já tem certo raciocínio abstrato desenvolvido. Para crianças pequenas, o melhor é usar dinheiro vivo, que é tangível.
EXAME.com – Muitos especialistas em educação financeira infantil também consideram uma boa ideia que o jovem passe a contribuir com a renda familiar assim que receber seu primeiro salário - num estágio, por exemplo -, mesmo que a ajuda não seja necessária em casa. Você concorda com essa ideia, que serviria para ensinar o jovem a ter responsabilidades financeiras mais adultas?
Mosca - A contribuição pode até ensinar ao jovem certo desprendimento, mas não deve ser o foco. Não acho que seja essencial ao processo educativo.
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