Warren Buffett: o que esperar da carta anual aos investidores
Investidores leem a carta de Buffett todo ano para entender a sua estratégia para dirigir a Berkshire Hathaway, avaliada em mais de US$ 690 bilhões
A Berkshire Hathaway ampliou sua presença em ações de tecnologia com a aposta na Activision Blizzard (Christopher Goodney/Bloomberg/Getty Images)
25 de fevereiro de 2022, 06h27
O negócio que Warren Buffett transformou de operação têxtil em conglomerado empresarial passou 2021 marchando silenciosamente para o futuro.
A Berkshire Hathaway ampliou sua presença em ações de tecnologia com a aposta na Activision Blizzard, acelerou a recompra de ações e anunciou que Greg Abel era o principal candidato a suceder Buffett, de 91 anos. Na carta anual que divulgará neste sábado, dia 26, Buffett terá a oportunidade de explicar como esses movimentos incrementais farão com que sua holding de investimentos continue avançando.
“Olhando para os múltiplos, tudo está perfeitamente em sincronia com a estratégia de longo prazo de não pagar demais pelos ativos”, disse Meyer Shields, analista da Keefe Bruyette & Woods.
A decisão sobre a Activision, tomada por um subordinado de Buffett, mostra “que eles têm liberdade de investir no mar de ações que compreendem e que nem tudo precisa necessariamente passar por Warren Buffett e, pelo menos conceitualmente, é isso o que devemos esperar à frente”.
Investidores leem a carta de Buffett todo início de ano para entender a sua estratégia para dirigir o conglomerado avaliado em mais de US$ 690 bilhões — e para se deleitar com a sabedoria popular do bilionário sobre a vida e os investimentos.
Essa tarefa se complicou nos últimos anos. Ativos com múltiplos caros atrapalham uma das vias favoritas de Buffett para usar o capital: aquisições. E a Berkshire não tem conseguido empregar seu capital com tanta rapidez.
A situação levou a algumas mudanças. Buffet e seu parceiro de longa data, o vice-presidente do conselho, Charlie Munger, chegaram às ações de tecnologia “como um recém-nascido que é arrastado para isso”, disse Munger em entrevista ao Yahoo! Finance.
Mas hoje em dia a Apple configura como maior aposta da Berkshire no mercado acionário. Essa participação na Apple valia US$ 157,5 bilhões no final de 2021, aproximadamente 3,5 vezes o valor de seu segundo maior investimento, no Bank of America.
Os principais subordinados de Buffett nas decisões de investimento -- Todd Combs e Ted Weschler -- também expandiram os horizontes da Berkshire. O investimento na Activision foi feito poucos meses antes de a Microsoft acertar a compra da fabricante de games.
Houve uma “tremenda mudança em direção às ações de tecnologia e de serviços de comunicação”, disse Jim Shanahan, analista da Edward Jones. “Isso nunca teria acontecido sem aqueles dois.”
Buffett flexibilizou a política de recompra da Berkshire para conseguir dar uso a um caixa de quase US$ 150 bilhões. A empresa sediada em Omaha, no estado americano de Nebraska, recomprou US$ 20,2 bilhões em ações durante os primeiros nove meses de 2021.
O ritmo pode ter diminuído no quarto trimestre, quando as ações Classe A subiram quase 10%. Junto com a carta, a Berkshire anunciará os resultados trimestrais no sábado de manhã, incluindo detalhes sobre a recompra de papéis.
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