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Wall Street fecha o ano com recordes. Tendência para 2022?

Segundo a Bloomberg, companhias do S&P 500 superaram as estimativas para os lucros em pelo menos 10% por seis trimestres seguidos. Dados do quarto trimestre saem nas próximas semanas

Os lucros das empresas S&P 500 superaram as estimativas dos analistas ao longo do ano e sustentaram o avanço do índice | Foto: David Hogan/GettyImages (David Hogan/Getty Images)

Os lucros das empresas S&P 500 superaram as estimativas dos analistas ao longo do ano e sustentaram o avanço do índice | Foto: David Hogan/GettyImages (David Hogan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2022 às 09h22.

Última atualização em 1 de janeiro de 2022 às 19h20.

Wall Street fechou perto de recordes históricos na sexta-feira, 31 de dezembro, o último dia de negociações de 2021. Os números marcaram o segundo ano de recuperação em meio à pandemia de covid.

Na última sessão do ano, o índice Dow Jones caiu 0,16%, para 36.338 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,26%, para 4.766,18 pontos, e o Nasdaq recuou 0,61%, a 15.644,97 pontos. Mas isso pouco importou diante do ano de ganhos recordes tanto na Bolsa de Nova York (NYSE) como na Nasdaq.

O S&P 500, que reúne 500 das ações mais negociadas nas bolsas americanas, teve valorização de 27% em 2021. Foram 70 recordes de fechamento ao longo do ano, a segunda melhor marca de todos os tempos.

O Dow Jones encerrou com valorização de 18,73% no ano, enquanto a Nasdaq teve ganhos de 21,4%.

Todos os três principais índices de ações dos Estados Unidos obtiveram ganhos mensais, trimestrais e anuais, registrando seu maior avanço em um período de três anos desde 1999.

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Foi um ano marcado pela popularização das chamadas "ações meme" -- quem não se lembra do frenesi causado pela GameStop há praticamente um ano? --, pelo boom das SPACs (o IPO do "cheque em branco"), por novas variantes da Covid-19, pela escassez de mão de obra, pelo estímulo fiscal trilionário do governo democrata de Joe Biden, pelos gargalos nas cadeias globais de suprimentos, demanda crescente e inflação no maior nível desde os anos 1980.

Lucros acima das expectativas

"Em um mar de incertezas e preços mais altos, você deve estar extremamente impressionado com o quão ágil e adaptável a América corporativa foi para apresentar um crescimento de lucros de 45% em um ano muito difícil", afirmou disse Ryan Detrick, estrategista-chefe da LPL Financial na Carolina do Norte.

Os lucros das empresas que fazem parte do S&P 500 superaram as estimativas dos analistas para entregar um crescimento ano a ano nos primeiros três trimestres do ano de 52,8%, 96,3% e 42,6%, respectivamente, de acordo com a Refinitiv, que prevê que no quarto trimestre o crescimento do lucro na base anual tenha chegado a 22,3%.

Segundo a Bloomberg, companhias do S&P 500 superaram as estimativas para os lucros em pelo menos 10% por seis trimestres consecutivos. Um exemplo que pode indicar mais ganhos: a 51,29 dólares por ação, a receita estimada representa queda de 5% em relação aos três meses anteriores.

O número está em desacordo com uma economia projetada para ter se expandido 6% no quarto trimestre de 2021, cujos resultados começam a ser conhecidos nas próximas semanas. Pode ser o primeiro impulso de 2022.

Setores de destaque nos EUA

Os setores de energia, imobiliário e microchips, associados à recuperação econômica e à demanda crescente, estiveram entre os de melhor desempenho de 2021.

As ações de tecnologia, que tiveram desempenho superior ao do mercado em 2020, no primeiro ano da pandemia, ficaram para trás à medida que a economia se reabriu lentamente e as vacinas foram implantadas.

O aumento constante dos rendimentos dos títulos de longo prazo do Tesouro americano e a recente mudança do Federal Reserve para um tom hawkish (rigoroso) na condução da política monetária -- que passou a prever até três aumentos de taxas de juros em 2022 -- impactaram os preços de ativos mais sensíveis às taxas de juros.

A pandemia de covid-19 continua a afetar os preços das ações, pressionando aquelas ligadas a viagens e ao turismo. Mas os dados iniciais sugerem que a variante Ômicron, que causou um aumento abrupto nas infecções globais, causa sintomas menos graves, enquanto os dados econômicos sugerem cada vez mais um retorno ao normal.

(Com a Reuters e a Bloomberg)

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