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Unilever tem crescimento menor que o esperado nas vendas; ações caem mais de 6%

Dona de marcas como Dove e Comfort, a gigante de bens de consumo divulgou que suas vendas no 4º trimestre subiram 4%

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 08h29.

A multinacional britânica Unilever (UL), que fabrica alimentos, bebidas, produtos de limpeza e higiene, divulgou nesta quinta-feira, 13, que teve um crescimento de vendas menor do que o esperado no último trimestre de 2024. Após a publicação do balanço, as ações da companhia caíram mais de 6%.

A empresa informou que suas vendas no quarto trimestre subiram 4%, abaixo da alta de 4,1% esperada por analistas. No ano, houve um crescimento de 4,2% nas vendas, ante uma projeção de 4,3%.

Em entrevista à rede americana CNBC, o CEO da companhia, Hein Schumacher, disse que o crescimento da Unilever foi impulsionado pelas 30 principais marcas da empresa, que incluem o sabonete Dove e o amaciante Comfort.

As vendas de produtos desse grupo de marcas subiram acima da média da empresa no quarto trimestre, com alta de 5,3%.

Para 2025, a Unilever projeta um crescimento de vendas dentro da faixa de 3% a 5% durante o ano todo e uma “pequena melhora” na margem operacional, que deve se confirmar no segundo semestre.

O segmento de bens de consumo vêm enfrentando uma pressão nos últimos trimestres, já que o aumento dos custos dos insumos elevou os preços dos produtos finais. Com isso, os consumidores têm buscado alternativas mais baratas, como produtos de marcas brancas.

O CEO da Unilever reconheceu o problema, mas disse que a empresa espera recuperar o espaço perdido. “Os consumidores, sim, se preocupam com o preço, mas também tendem a comprar produtos mais premium”, afirmou.

Divisão de sorvetes

A Unilever também atualizou o mercado sobre seus planos para separar a sua divisão de sorvetes, que conta com marcas populares, como Ben & Jerry’s e Magnum.

Segundo a companhia, a unidade de sorvetes passará por uma cisão, com listagens em Amsterdã, Londres e Nova York — os mesmos três mercados em que as ações da Unilever já são negociadas.

Amsterdã, de acordo com o CEO, será o principal mercado. A expectativa é que o processo seja concluído até o final de 2025.

Em dezembro, Schumacher disse ao jornal financeiro holandês FD que a Unilever está buscando vender, entre suas mais de 400 marcas, várias linhas de alimentos que, combinadas, somam vendas de cerca de US$ 1,04 bilhão.

Ao ser questionado se a companhia considera vender a frente de sorvetes, o CEO disse que a empresa está direcionando todas as suas ações para concluir o processo de divisão e listagem tripla com sucesso.

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