Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Tombo recorde da Vale atinge o maior fundo de pensão do Brasil

A queda de segunda-feira tirou mais de R$ 72 bi do valor de mercado da Vale, a pior perda da empresa em um único dia

Modo escuro

Continua após a publicidade
Vale: rompimento da barragem em Brumadinho deixou até agora 65 mortos (Adriano Machado/Reuters)

Vale: rompimento da barragem em Brumadinho deixou até agora 65 mortos (Adriano Machado/Reuters)

G
Gerson Freitas Jr., Vinícius Andrade e Felipe Marques, da Bloomberg

Publicado em 29 de janeiro de 2019 às, 15h32.

Última atualização em 29 de janeiro de 2019 às, 15h32.

(Bloomberg) -- O maior fundo de pensão do Brasil sofreu um grande golpe com a queda recorde das ações da Vale após o colapso da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais.

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, viu o valor de sua participação indireta de 17,6% na gigante de minério de ferro cair R$ 12,7 bilhões (US$ 3,4 bi) após as ações da mineradora tombarem 25% na segunda-feira. A Previ é a maior acionista indireta da Vale e tem na empresa o seu principal investimento em ações.

A Vale foi jogada em um turbilhão depois que uma de suas barragens inativas de resíduos de mineração se rompeu na sexta-feira, permitindo que a lama fosse lançada para um vale rural no estado brasileiro de Minas Gerais. Até terça-feira, o número de mortes era de 65 pessoas e 279 estavam desaparecidas.

O desastre, que ocorreu após um evento semelhante no empreendimento da Samarco — controlada da Vale — em 2015, provocou uma série de rebaixamentos de analistas em meio a maiores riscos de perdas com indenizações, ações judiciais, maior fiscalização e fechamento de minas. Os títulos emitidos pela produtora de minério de ferro no exterior afundaram na Europa e nos Estados Unidos.

"Após a Samarco e com esse outro rompimento na barragem, achei melhor sair e então reavaliar", disse Ray Zucaro, diretor de investimentos da RVX Asset Management em Miami. Ele zerou toda a sua exposição aos títulos da Vale após o desastre por enquanto. "Sobre quando é hora de voltar, eu diria que é quando eu tiver uma ideia melhor do custo. E, para isso, precisamos de mais tempo.”

A queda de segunda-feira tirou mais de R$ 72 bi do valor de mercado da Vale, a pior perda da empresa em um único dia. A derrocada equivale a quase o dobro do valor de mercado da JBS, a maior fornecedora de carne do mundo. A Vale, com sede no Rio de Janeiro, era até quinta-feira a terceira maior empresa do Brasil em valor de mercado e agora ocupa o quinto lugar.

Fundos de pensão da Noruega e da Suécia disseram que vão reavaliar seus investimentos na empresa, enquanto um fundo dinamarquês disse que não comprará ações adicionais até que tenha mais informações sobre as causas do rompimento.

A Previ disse na segunda-feira, em comunicado enviado por e-mail, que tem um "portfólio diversificado de ativos" que pode absorver o impacto de curto prazo da queda da Vale. Os recursos da Previ são suficientes para cumprir as obrigações com participantes, o que significa que não precisa vender ações da Vale para aumentar o caixa, acrescentou.

O governo do Brasil elevou o tom em relação à Vale e à sua administração após o segundo desastre em cerca de três anos. Embora a Vale tenha tomado medidas nos últimos anos para se proteger da intervenção estatal, o governo ainda é indiretamente o maior acionista da empresa através da Previ, de outros fundos de pensão e da empresa de participações do BNDES.

A Previ e outros fundos de pensão que faziam parte dos acionistas controladores da Vale estavam discutindo a venda de pelo menos parte de suas ações na companhia a mercado, mas nunca levaram o plano adiante.

“O mercado parece estar atribuindo uma chance maior de o acidente ter um impacto relevante na maneira como a Vale opera”, disse Leonardo Rufino, gestor de portfólio da Pacifico Gestão de Recursos, que gere cerca de 2 bilhões de reais e tem exposição à Vale e à holding Bradespar.

 

Últimas Notícias

Ver mais
Minério volta a subir com otimismo sobre demanda chinesa por aço

seloMercados

Minério volta a subir com otimismo sobre demanda chinesa por aço

Há 3 horas

Os desafios do Bradesco (BBDC4) para além da troca do CEO e falhas do aplicativo

seloMercados

Os desafios do Bradesco (BBDC4) para além da troca do CEO e falhas do aplicativo

Há 4 horas

Ibovespa agora: bolsa opera em alta no aguardo do PIB dos EUA

seloMercados

Bolsa opera em alta no aguardo do PIB dos EUA

Há 4 horas

Dólar hoje: abre em leve alta com mercado aguardando o PIB dos EUA

seloMercados

Dólar hoje: abre em leve alta com mercado aguardando o PIB dos EUA

Há 5 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Veículo de luxo financiado? Entenda por que essa pode ser uma boa opção

Veículo de luxo financiado? Entenda por que essa pode ser uma boa opção

Mercado Livre de Energia inaugura uma nova era para as PMEs

Mercado Livre de Energia inaugura uma nova era para as PMEs

O que as lideranças devem ter no radar para 2024, segundo o CEO da Falconi

O que as lideranças devem ter no radar para 2024, segundo o CEO da Falconi

Feirão oferece taxas a partir de 1,18% na compra de veículos
Minhas Finanças

Feirão oferece taxas a partir de 1,18% na compra de veículos

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais