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Revlon entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos

Companhia tem dívidas de US$ 3,7 bilhões e ativos de US$ 2,3 bilhões; foco é pedir proteção para continuar operando

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Revlon: pandemia e mudanças no consumo dificultaram situação da empresa (Sephora/Divulgação)

Revlon: pandemia e mudanças no consumo dificultaram situação da empresa (Sephora/Divulgação)

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Karina Souza

Publicado em 16 de junho de 2022, 11h08.

Última atualização em 16 de junho de 2022, 11h28.

A Revlon, gigante global de cosméticos, entrou com um pedido de recuperação judicial à corte norte-americana nesta quinta-feira, com dívidas de US$ 3,7 bilhões. O pedido foi realizado dentro do Chapter 11, que faz parte do Título 11 (a lei de falências norte-americana) e é dedicado aos pedidos de RJ. De acordo com informações publicadas pela CNBC, a companhia espera receber US$ 575 milhões via DIP financing (mecanismo de investimentos em uma empresa em recuperação judicial para custeio de sua operação rotineira) de sua base de credores já existente. Hoje, a base de ativos da companhia é de US$ 2,3 bilhões, segundo a Bloomberg. 

Diante do pedido, protocolado nesta quinta-feira, a negociação das ações da companhia na Nyse foi suspensa. As empresas que estão auxiliando a Revlon diante do pedido atual de RJ são a PJT Partners e a Alvarez & Marsal.

A ideia é que, caso seja aprovado, o processo possa “ajudar a Revlon a oferecer aos consumidores os produtos que tem entregado por décadas, além de proporcionar um caminho mais claro para o crescimento”, afirmou Debra Perelman, CEO da Revlon em um comunicado enviado à imprensa nesta manhã.

O principal motivo para o pedido de recuperação judicial, ainda segundo a CNBC, é o fato de que a companhia não consegue atender a cerca de um terço das demandas de consumidores por produtos, por irregularidades na cadeia de suprimentos de materiais. Com os lockwdowns na China, os preços aumentaram quatro vezes em relação a 2019 e os produtos demoram de oito a doze semanas para serem entregues, afirmou a companhia. Além disso, como aponta a Bloomberg, a empresa também sofre diante da concorrência de marcas mais novas, que se deram melhor no marketing de redes sociais, especialmente do Instagram.

As vendas da companhia despencaram nos últimos anos. Em 2020, o faturamento foi de US$ 1,9 bilhão, queda de 21% em relação aos níveis de 2019 -- e desde então, a empresa não conseguiu voltar aos níveis pré-pandemia.

Em 2020, a companhia também passou por dificuldades e conseguiu evitar o pedido de recuperação judicial com o apoio de investidores, que concordaram em trocar 70% da dívida de US$ 343 milhões por papéis. 

As ações da companhia já estavam sofrendo desde a última semana na bolsa, diante dos rumores de recuperação judicial. A empresa controlada pela MacAndrews & Forbes, do bilionário Ronald Perelman, Os papéis acumulam queda de mais de 80% nos últimos seis meses e chegaram a ser cotados em US$ 2,05 no dia 11 de junho. No último pregão, as ações fecharam em R$ 2,25, com capitalização da companhia em US$ 122,7 milhões.

Além do pedido de recuperação judicial, a companhia ainda enfrenta dificuldades na justiça por causa de um processo movido pelo Citibank. Segundo informações do WSJ, o banco alega que transferiu o valor integral de uma dívida por engano (US$ 866 milhões) quando, na verdade, pretendia apenas pagar parte da dívida.

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