Reação ao arcabouço, inflação nos EUA e o que mais move os mercados
Algum rescaldo sobre as novas regras deve ainda tomar a atenção dos investidores, enquanto, lá fora, o foco está na inflação dos EUA
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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad apresentou ontem o novo arcabouço fiscal (Ministério da Fazenda/Flickr)
Publicado em 31 de março de 2023, 07h22.
Com a tão esperada apresentação do arcabouço fiscal, o mercado doméstico se animou e o Ibovespa fechou perto de 2% de alta. Hoje, algum rescaldo sobre as novas regras deve ainda tomar a atenção dos investidores. Embora bem recebida, a proposta ainda traz algumas dúvidas e é considerada bastante otimista por alguns especialistas.
Lá fora, as bolsas da Ásia fecharam em alta na esteira da trajetória positiva das ações de tecnologia em Nova York, mas também há impacto dos novos dados de atividade da China, que sinalizam uma retomada desigual. Em Dalian, o minério de ferro continuou sua escalada, se valorizando 1,17% nesta sexta-feira, 31.
Na Europa, as bolsas também estão em alta, mas os dados da inflação da zona do euro afastaram a possibilidade de uma pausa na subida de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), já que os preços da energia baixaram, mas o núcleo do índice continua sem ceder.
Agora os mercados globais ficam de olho na inflação dos EUA, a ser divulgada nesta manhã. A expectativa, segundo a Bloomberg, é que o núcleo mensal deve desacelerar para 0,4% em fevereiro, abaixo do registrado em janeiro mas ainda muito acima do que seria consistente com a meta de 2% ao ano do Fed.
Desempenho dos indicadores próximo das 7h (de Brasília)
- Dow Jones futuro (Nova York): +0,19%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,16%
- Nasdaq futuro (Nova York): +0,03%
- DAX (Frankfurt): +0,36%
- CAC 40 (Paris): +0,46%
- FTSE 100 (Londres): +0,19%
- Stoxx 600 (Europa): +0,32%
- Hang Seng (Hong Kong): +0,45%
Reação ao arcabouço
No último pregão do mês, investidores devem continuar repercutindo a divulgação do novo arcabouço fiscal, apresentado pelo governo ontem. A regra que vai substituir o teto de gastos traça caminhos para garantir a estabilidade das contas públicas, e prevê zerar o déficit público da União já no próximo ano.
Em linhas gerais, a regra permite o crescimento das despesas limitado a 70% da variação da receita do ano anterior. Porém, continua existindo um teto para esse crescimento: ele só ficou mais flexível. A banda de crescimento da despesa pode variar entre 0,6% e 2 e meio% em relação ao atual teto de gastos. Ou seja, ainda que a receita dispare, as despesas não vão crescer de forma desenfreada.
A norma foi bem recebida no mercado, ainda que com algumas ressalvas. O arcabouço foi considerado positivo na medida em que cria uma trajetória de despesa crescendo sempre abaixo da receita. Mas ainda não se sabe como o governo pretende aumentar as receitas para alcançar as projeções – consideradas bem otimistas.
Inflação nos EUA
No exterior, o foco deve ficar com a divulgação do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), conhecido como o dado de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A expectativa, segundo a Bloomberg, é que o núcleo mensal deve desacelerar para 0,4% em fevereiro, abaixo do registrado em janeiro mas ainda muito acima do que seria consistente com a meta de 2% ao ano do Fed.
Quais os balanços do dia?
A temporada de balanços do quarto trimestre chega a sua última semana. São três os balanços nesta sexta-feira. Veja a lista:
Como o Ibovespa fechou ontem?
O Ibovespa subiu quase 2% nesta segunda-feira, 30, em sua quinta alta consecutiva. O principal índice da B3 reagiu à divulgação do novo arcabouço fiscal, e fechou aos 103.713 pontos.
Créditos

Beatriz Quesada
Repórter de InvestFormada pela USP, trabalha na cobertura de mercados e negócios na EXAME. Foi repórter na revista Capital Aberto e produtora na Rádio Band News FM.
Raquel Brandão
Repórter de InvestJornalista há mais de uma década, foi repórter do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertasMais lidas em Invest
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