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Remy Sharp
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Queda de rating por causa de novo controle fará Braskem recomprar R$ 29 bi de dívida, diz Fitch

Corte de classificação é uma possibilidade; se ocorrer, empresa deve se oferecer para compra todas as notas pendentes a um preço de 101% do valor nominal

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Braskem: condições para se refinanciar são mais adversas, diz Fitch (Germano Luders/Exame)

Braskem: condições para se refinanciar são mais adversas, diz Fitch (Germano Luders/Exame)

Uma queda de rating da Braskem (BRKM5) por causa da mudança de controle pode pressionar a companhia petroquímica a recomprar cerca de R$ 29 bilhões em títulos de dívida, segundo relatório da agência de classificação de risco Fitch Ratings.

De acordo com o memorando de oferta para as notas da Braskem, excluindo títulos híbridos, se houver uma queda de classificação em até 90 dias da mudança do controle, a empresa tem que se oferecer para compra todas as notas pendentes a um preço de 101% do valor nominal. Esse declínio da classificação significa a Braskem ser rebaixada para algo abaixo do grau de investimento por pelo menos duas agências dentro desse período de três meses.

Fitch explica que, se a Petrobras se tornar o novo acionista controlador, essa cláusula não é acionada. No entanto, a compra de controle por outro investidor combinada com o declínio de rating aceleraria a compra de algo em torno de R$ 28,7 bilhões em títulos, considerando os números do primeiro trimestre. "As condições para a Braskem se refinanciar, porém, podem ser mais adversas", observa o texto da Fitch.

Como ficam o rating da Braskem considerando cada comprador

Como observa a Fitch, o tempo para a venda dos ativos da Braskem pela Novonor esta se esgotando. Essa operação, somada à alienação da Atvos e da Ocyan, é crucial para a solução da recuperação judicial de R$ 50 bilhões da ex-Odebrecht - desse montante, R$ 34 bilhões são dívidas com seis bancos. No caso da Braskem, a dívida da Novonor é de quase R$ 15 bilhões com cinco bancos: Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e BNDES.

Para a agência de classificação de risco, a mudança de controle pode ter efeitos positivos ou negativos para a classificação de risco da companhia, com pontos que passam desde o acesso a capital, até sinergias operacionais e incentivos estratégicos.

Se a Petrobras exercer seu direito de preferência, a Fitch vê o rating da Braskem pressionado como se fosse uma empresa estatal, como é a petroleira. Por isso, apesar da nota de crédito BBB da Petrobras, o rating BB+ do Brasil poderia ter reflexos sobre a análise da petroquímica.

A compra pela Apollo e ADNOC teria efeito neutro, segundo a Fitch. A agência,  a classificação do rating soberano de Abu Dhabi em AA, acima do BBB- da Braskem, e o fato de  a Apollo ser um instrumento de capital não deveriam influenciar na classificação dada pela Ficth.

No caso da J&F, holding brasileira que também é dona da JBS e do PicPay, como seria uma investidora financeira, não impacta negativamente o rating.

A Unipar também poderia estudar formas para a alavancagem necessária para a compra ter menos impacto. A empresa é menor do que a Braskem, mas,  numa combinação de negócios, teria receita de R$ 85 bilhões e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 8,5 bilhões. A alavancagem no curto prazo, no entanto superaria o patamar de 5,5x.

A oferta da Unipar pela Braskem é estratégica, mas um passo muito grande dado a alavancagem da compra, segundo a Fitch "Dadas as condições atuais do mercado de dívida, não vemos muito apetite por aumentar [essa oferta de crédito] em tamanho tão substancial, a menos que um parceiro decida se juntar à oferta."

A Fitch entende que a administração está estudando diferentes estruturas, comoum veículo de propósito especial, de modo que os covenants da sua dívida não sejam violados.  "No entanto, essa alta alavancagem não é consistente com uma empresa de grau de investimento; seria necessário aguardar a conclusão formal do acordo para analisar ainda mais seu impacto na classificação", escreve a equipe da Fitch.

A Fitch vê a possibilidade de que a Unipar possa dividir os ativos da Braskem com a Petrobras. "Em nossa opinião, faria sentido que a Unipar controlasse as operações estrangeiras enquanto a Petrobras mantém os ativos locais."

Além disso, a concentração de PVC resultante da fusão pode fazer com que as autoridades antitruste intervenham na transação, e encontrar um comprador para esse segmento pode não ser fácil, de acordo com a agência.

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