Protestos na China, Lula chega a Brasília para negociar PEC e o que mais move o mercado
Onda de manifestações contra políticas de covid Zero na China mantém cautela entre investidores
Protestos em Pequim: manifestações ocorrem em meio à alta de casos de covid no país (Bloomberg/Bloomberg)
28 de novembro de 2022, 08h03
A onda de protestos na China contra a política de covid zero que explodiu no fim de semana abalam o mercado internacional nesta segunda-feira, 28. Ainda que, indiretamente, os protestos ecoem o clamor de investidores pela queda de medidas de restrição, a instabilidade cobra um preço alto. As principais bolsas da Ásia fecharam em queda de mais de 1%, movimento que se estende para os índices da Europa e futuros de Wall Street.
Instabilidade na China
O país é o que por mais tempo tem mantido duras políticas anti-covid. A estratégia ajudou a estancar o número de casos no início da pandemia, com o país registrando alguns dos índices mais baixos de casos e mortes pela doença.
Mas além do custo econômico de manter as restrições de pé, o governo local tem enfrentado justamente agora seu maior número de novos casos, com cerca de 40.000 sendo registrados em 24h. Tudo isso com uma população que tem o direito de ir e vir suprimido por dois anos, enquanto seus vizinhos e países ocidentais já tiraram as máscaras.
"Embora uma saída desordenada da política covid zero da China possa ser positiva para a demanda global, chegar a esse ponto será uma jornada excepcionalmente acidentada para os mercados financeiros mundiais", avaliaram estrategistas do banco ING.
As incertezas sobre um possível encrudescimento da onda de protestos -- e de suas consequências -- mantém investidores em alerta.
Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,60%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,81%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 0,92%
- FTSE 100 (Londres): - 0,45%
- DAX (Frankfurt): - 0,82%
- CAC 40 (Paris): - 0,80%
- Hang Seng (Hong Kong)*: - 1,57%
- Shangai Composite (Xangai)*: - 0,75%
Brasil entre a Copa e a PEC: novo jogador chega à mesa de negociação
Mas incertezas e estado de alerta não são fatores que se restrigem ao mercado internacional. No Brasil, mesmo com o segundo jogo da Seleção na Copa do Mundo às 13h, investidores manterão a antena ligada para as notícias de Brasília.
As atenções devem ser ainda maiores com a chegada de um novo jogador em campo: o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarcou na última noite na capital do país para negociar pessoalmente a PEC da Transição. Lula, porém, não chegou sozinho, mas acompanhado de Fernando Haddad, cotado para ser o novo ministro da Fazenda.
A sinalização de que Haddad desponta como favorito ao cargo se soma à sua participação como representante do novo governo em evento da Febraban na sexta-feira, 25. Sua atuação, no entanto, ficou abaixo do esperado pelo mercado, que reagiu negativamente às suas falas, com o Ibovespa fechando o último pregão em queda de 2,55%, e o dólar em alta de 1,89% para acima de R$ 5,40.
Alckmin: anúncio de novo ministro está perto
Em evento no fim de semana com alguns dos principais nomes da economia brasileira, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin afirmou que "está perto" o anúncio de quem irá assumir a Fazenda. Alckmin ainda disse que "quem apostar em irresponsabilidade fiscal vai errar".
A declaração pode soar como uma provocação clara para investidores que apostam que o BC irá demorar mais para reduzir a Selic ou até ter que aumentar a taxa no ano que vem para compensar as incertezas de que o Brasil conseguirá honrar suas dívidas. Uma confirmação de Haddad para a Fazenda, porém, tende a jogar contra as declarações do vice-presidente eleito, ao menos no curto prazo.
Focus
Na bolsa, os juros futuros já precificam novas altas para o ano que vem. A situação é diferente da apresentada no boletim Focus, que concentra a o consenso de economistas para os principais indicadores econômicos do país. Mas a piora das expectativa já esteve presente no último Focus, com alta da Selic projetada para o ano que vem de 11,25% para 11,50% e queda do PIB esperado para o próximo ano. A revisão foi motivada, especialmente, pela minuta da PEC de Transição.
Desde então, as sinalizações são de que a proposta será menos onerosa que original, com a Folha de S. Paulo chegando a afirmar que o PT aceitaria o Bolsa Família fora do teto por apenas dois anos. Também há a expectativa de o gasto anual fora do teto ser menor que o próximo de R$ 200 bilhões desenhado anteriormente. Por outro lado, o nome de Haddad tem se tornado cada vez mais forte como possível ministro da Fazenda. Mais um sinal do que o mercado tem achado disso tudo deve vir do boletim Focus desta manhã.
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