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Imunes à crise: empresas mostram força no 4º tri e ações sobem

Em uma amostra com 18 das 81 ações do Ibovespa, 11 registram valorização desde que o resultado trimestral da empresa foi divulgado

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Painel com cotações da B3: sinais mistos das ações que compõem o Ibovespa e cujas empresas já divulgaram os resultados do último trimestre de 2020 (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações da B3: sinais mistos das ações que compõem o Ibovespa e cujas empresas já divulgaram os resultados do último trimestre de 2020 (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2021 às, 11h20.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2021 às, 11h52.

A safra de resultados corporativos do quarto trimestre de 2020 está ainda em seu estágio inicial no Brasil, mas já permite algumas conclusões preliminares: a julgar pela reação dos investidores e pela análise em si dos dados, os números mostram resiliência e solidez da maioria das companhias e isso já está sendo reconhecido pelo mercado.

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É o que se pode depreender da análise do comportamento das ações do Ibovespa cujas companhias já divulgaram os dados do quarto trimestre de 2020, segundo levantamento da consultoria Economatica com a EXAME Invest.

Das 78 companhias que integram o Ibovespa, totalizando 81 ações, 17 já divulgaram seus resultados trimestrais (totalizando 18 ações, uma vez que o Bradesco tem dois papéis no índice). É uma amostra que equivale a 22% desse universo tanto das companhias como dos papeis mais negociados na bolsa brasileira. Desse total, onze ações acumulam alta desde a divulgação, enquanto sete se desvalorizaram depois do resultado.

No lado dos destaques positivos (ver abaixo), ações como as da Totvs (TOTS3), da Suzano (SUZB3), da TIM (TIMS3) e da Rumo (RAIL3) se valorizaram depois dos respectivos resultados, que foram bem avaliados por analistas, com recomendação de compra e elevação de preço-alvo para o papel em alguns casos.

Mas não é um movimento homogêneo. Para os 39% da amostra (7 de 18) em queda desde a divulgação do resultado, isso pode demonstrar tanto um movimento de correção da parte de investidores como de decepção com os números. Ou que a cautela da parte do investidor se sobrepõe à disposição de comprar ações diante das incertezas.

Confira abaixo os desempenhos das 18 ações das 17 empresas:

  • Banco do Brasil (BBAS3): -0,6%
  • BB Seguridade (BBSE3): -1,8%
  • Bradesco (BBDC4; BBDC3): -0,2% e +1,0%
  • BTG Pactual (BPAC11): -4,5%
  • Cielo (CIEL3): -0,3%
  • Cosan (CSAN3): +1,4%
  • Engie Brasil (EGIE3): +0,2%
  • Itaú Unibanco (ITUB4): -4,5%
  • Klabin (KLBN11): +0,9%
  • Lojas Renner (LREN3): +1,3%
  • Multiplan (MULT3): +0,2%
  • Rumo (RAIL3): +1,9%
  • Santander Brasil (SANB11): -0,6%
  • Suzano (SUZB3): +3,7%
  • TIM (TIMS3): +5,5%
  • Totvs (TOTS3): +10,3%
  • Usiminas (USIM5): +0,4%

Veja abaixo 3 destaques positivos e 1 negativo da prévia de resultados:

Totvs (TOTS3)

O melhor resultado na B3 em termos de reação ao resultado coube à Totvs (TOTS3), a mais tradicional empresa de tecnologia da bolsa brasileira: as ações subiram 10,3% nos dois pregões desde que o resultado do quarto trimestre foi divulgado no último dia 10, na esteira de números robustos do balanço.

"Com o resultado apresentado, a companhia comprovou sua execução premium com (1) aumento da eficiência (vide margem Ebitda) e (2) forte aumento das receitas recorrentes (maior incremento desde o 4º trimestre de 2017), mesmo em um ano atípico e com tantos percalços", escreveu Vitor de Melo, analista da EXAME Research, em relatório.

Suzano (SUZB3)

A companhia de papel e celulose tem renovado sistematicamente seus recordes históricos de cotação por causa dos bons resultados e das condições favoráveis para exportações. O Bank of America, por exemplo, elevou o preço-alvo para a ação de 74 para 80 reais, o que representa um potencial de alta de 13,1% em relação ao fechamento da sexta-feira. As ações subiram 3,7% desde a divulgação dos resultados trimestrais na última quarta-feira, 10.

"Suzano relatou um conjunto sólido de resultados. O Ebitda (geração de caixa operacional) ficou em 3,96 bilhões de reais, 6% acima do consenso e 39% no ano contra ano", escreveu Bruno Lima, analista-chefe de renda variável da EXAME Research, em relatório a assinantes. Segundo ele, o número mais alto se deveu principalmente a embarques de celulose mais altos que o esperado.

Rumo (RAIL3)

A maior empresa de logística ferroviária da América Latina apresentou resultados mistos no quarto trimestre, que ficaram abaixo das estimativas de mercado em alguns casos (em receitas, por exemplo).

Ainda assim, a avaliação de analistas é a de que fatores que pesaram contra o resultado, como os preços do diesel, devem ser revertidos a partir do segundo trimestre deste ano, e que a companhia apresenta boas perspectivas de valorização.

"Nós continuamos a ver espaço para um crescimento sólido nos próximos anos", escreveram analistas do Goldman Sachs na sexta-feira, destacando que a companhia é negociada com uma Taxa Interna de Retorno nominal (equity IRR, na sigla em inglês) de aproximadamente 12,5%, enquanto o retorno de títulos de 10 anos do Tesouro está perto de 7,8%.

Apesar do resultado com sinais mistos, as ações subiram 1,9% no pregão da última sexta, o único depois do balanço.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O maior banco privado do país continua a enfrentar um cenário desafiador, nas palavras de analistas. O resultado divulgado no dia 1º de fevereiro veio com "números ligeiramente inferiores ao esperado pelo mercado", segundo relatório do analista Vitor de Melo, da EXAME Research. Foi o caso do ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), que ficou em 16,1% no quarto trimestre, abaixo das projeções de 16,9%.

Ele manteve a recomendação de venda para as ações, que acumulam queda de 4,5% desde a divulgação do resultado, citando que os primeiros trimestres continuarão sendo desafiadores e que vai aguardar para ver como a inadimplência se comporta neste início de 2021.

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