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Remy Sharp
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Os números de pedidos de recuperação judicial e de falências voltaram a se aproximar dos anos de 2016 a 2018, quando o país passou por uma de suas piores crises econômicas. O número total considerando o primeiro trimestre é o maior desde 2018: foram 289 pedidos de recuperação judicial e 255 de falência, segundo dados da Serasa Experian.

O número é consequência do crescimento da inadimplência tanto entre pessoas físicas quanto entre as empresas no último ano. Até fevereiro, 6,5 milhões de negócios entraram na lista de negativação, somando R$ 112,9 bilhões em dívidas. Assim, em março, os requerimentos de pedido de recuperação judicial somaram 94 e os de falência, 97.

"O avanço dos números veio até em ritmo mais lento do que era esperado", observa Luiz Rabi, economista da Serasa Experian em entrevista à EXAME Invest. No entanto, destaca ele, esses números devem se deteriorar ao longo do ano, porque a inadimplência entre as famílias e as empresas continua alta. "Na verdade, os dados de insolvência estão só começando."

Estagnação econômica e juros altos

Dois fatores estão por trás desse cenário negativo, de acordo com o economista da Serasa. A desaceleração econômica, que está impedindo a geração de caixa das empresas, e o aumento de juros, que passou de 2% ao fim de 2020 para os atuais 13,75%. "Empresas que estão rolando dívida, estão pagando mais caro. Então, as despesas ficam mais caras", explica Rabi.

Para Rabi, o juro só começa a cair a partir da virada do terceiro para o quarto trimestre. Para Rabi,  a preocupação maior em relação a isso é que as grandes empresas estão aumentando sua participação  nos pedidos de recuperação judicial. Historicamente, a participação das grandes empresas nesses casos é de 10%, mas hoje se aproxima de 12%. O percentual histórico para falências é de 20%, chegou a 24% em fevereiro, mas voltou aos patamares históricos em março. "Isso confirma ou pelo menos reforça a hipótese que de fato podemos entrar numa recessão." Exemplos de grandes companhias que foram à Justiça tentar negociação com seus credores recentemente são a Americanas, a Oi e o Grupo Petrópolis.

Veja também: Petrópolis: juros em alta agravaram problema, mas dificuldades começaram em 2019

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