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Nova Equatorial? Bradesco sobe preço-alvo de Sabesp (SBSP3) e vê potencial de alta de 38%

Banco vê corte de despesas de 30% até 2028 pós privatização e minimiza risco de execução de investimentos

Sabesp: BBI eleva preço-alvo para R$ 124 (Leandro Fonseca/Exame)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 16h30.

Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 16h40.

Juntando-se a um combo de revisões positivas já formado por Safra, Morgan Stanley, BTG Pactual e Itaú BBA, hoje foi a vez de o Bradesco BBI revisar para cima o preço das ações da Sabesp (SBSP3) .

Em relatório publicado nesta terça-feira, 15,o BBI subiu o preço-alvo de R$ 109 para R$ 124 até o final de 2025, implicando um potencial de valorização de 38% em relação ao fechamento de ontem.

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Para o banco, a companhia tem uma das teses de investimento mais sólidas entre as empresas de serviços públicos, somada a regulamentações robustas do próprio setor, que além de darem segurança aos investidores, sustentam um crescimento orgânico acentuado, apoiado por capex e cortes de opex.

Com o preço atual, o banco vê a Sabesp com uma taxa interna de retorno (TIR) implícita de aproximadamente 12%, negociando a um múltiplo valor de empresa em relação à base de ativos regulatórios (EV/RAB) de 0,89x para o final de 2025.

No preço-alvo, a Sabesp seria negociada a 1,14x EV/RAB.

Para apoiar esse cenário de múltiplos mais altos, o BBI projeta quea Sabesp vai aumentar seu EBITDA a uma taxa anual de 15% entre 2025 e 2030, impulsionada pelo investimento em sua sua base de ativos e pela redução de 30% nos custos operacionais até 2028, em comparação com os níveis pré-privatização.

(Para 2025, o banco revisou para baixo sua projeção de EBITDA, de R$ 11,7 bilhões para R$ 10,9 bilhões, por conta de uma revisão tarifária inicial no contrato de privatização abaixo do esperado.)

Nova Equatorial?

Apesar do desconto atual em relação a base de ativos, o BBI acredita que, nos próximos 18 a 24 meses, a companhia deve se valorizar, fechando a taxa interna de retorno esperada para o papel. O banco traça paralelos com a Equatorial de cinco a dez anos atrás, quando negociava com um valuation bem mais esticado, de apenas 100 a 200 pontos-base acima do rendimento da NTN-B.

Há várias similaridades entre os dois casos, aponta a equipe liderada por Francisco Navarette, como alto crescimento orgânico, potencial para aquisições e baixo endividamento.

Segundo o BBI, a relação entre dívida líquida e EBITDA da Sabesp não deve ultrapassar 2,5x, mesmo com altos investimentos em capex.

“E, se não surgirem oportunidades de M&A que agreguem valor, eventualmente os dividendos serão a força motriz para comprimir a TIR”, pontuam os analistas.

O BBI se mostra otimista também em relação ao Capex, de aproximadamente R$ 80 bilhões até 2029 para universalizar o acesso ao saneamento.

“Conversamos com vários concorrentes da Sabesp antes da privatização, além de alguns de seus principais fornecedores de EPC (Engenharia, Suprimentos e Construção, em português), e todos concordaram que a Sabesp é a melhor em termos de capacidade técnica para planejar a acentuada aceleração de capex necessária para atingir a universalização”, diz a equipe no relatório.

Eles apontam uma inflação de custos como uma preocupação válida, já que o setor de saneamento no Brasil passa por grandes investimentos, com várias empresas (como Iguá e Aegea) aumentando seus capex ao mesmo tempo.

Entretanto, afirmam que o grande porte da Sabesp não só é uma vantagem nas negociações com fornecedores, mas também seu contrato, que garante proteção, uma vez que a remuneração em cima da base de ativos vai acontecer anualmente, em vez de a cada cinco anos, como no modelo anterior à privatização.

E, segundo banco, o sucesso da Sabesp pós-privatização depende da nova gestão, liderada pelo CEO Carlos Piani e o CFO Daniel Szlak, incluindo para a retenção de talentos.

A Sabesp tinha cerca de 10,2 mil funcionários no segundo trimestre de 2024 e, uma das principais tarefas, de acordo com o BBI, era reter os membros mais capazes da equipe técnica/engenharia, que representam aproximadamente 8% da força de trabalho.

No entanto, o relatório também observa o espaço para cortes totais de despesas que, na visão do BBI, parece ser amplo. "Por exemplo, o salário médio dos funcionários da Sabesp é cerca de 2x o de uma distribuidora de eletricidade na região Sudeste."

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