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No caminho da dupla listagem, JBS (JBSS3) entra com pedido de emissão de BDRs

Companhia pretende ter Nova York como bolsa de listagem principal, negociando no Brasil por meio de recibos de ações

JBS: Ações subiram quase 30% e atingiram máxima história com progresso em direção à listagem nos EUA (Divulgação)

JBS: Ações subiram quase 30% e atingiram máxima história com progresso em direção à listagem nos EUA (Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 24 de março de 2025 às 10h08.

Última atualização em 24 de março de 2025 às 10h14.

Em mais uma etapa no caminho para sua listagem na Bolsa de Nova York, a JBS (JBSS3) anunciou hoje que entrou junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e B3 com pedido para registro de emissor estrangeiro para emissão de BDRs, os recibos de ações americanas negociadas no Brasil.

A companhia pretende ter sua listagem principal na bolsa americana, um movimento que visa destravar valor das ações ao atrair um novo perfil de investidor e deixá-la mais próxima dos múltiplos de avaliação de pares globais, como a Tyson e a Smithsfield.

Somente na última semana, os papéis avançaram mais quase 30%, batendo sua máxima histórica, com a notícia de que o grupo J&F, controlador da , entrou em acordo com o BNDESPar, segundo maior acionista, com 20,8% do capital, para avançar com a operação.

A holding dos Batista se comprometeu com um "seguro", garantindo um pagamento de até R$ 500 milhões ao BNDES, caso as ações da JBS não atinjam determinado patamar de valorização com a dupla listagem até dezembro de 2026. Em troca, o banco de fomento vai se abster de votar na assembleia que vai decidir sobre o processo, deixando a decisão na mão dos minoritários.

A expectativa dentro da empresa é concluir a listagem nos Estados Unidos já no terceiro trimestre deste ano.

Analistas de bancos e corretoras estimam que as ações podem subir mais de 100% em relação aos patamares anteriores à divulgação da notícia do acordo com o BNDES, conforme o re-rating for acontecendo. Pelo seu porte, a JBS já entraria na Nyse dentro do índice Russell 1000, das mil maiores empresas em valor de mercado e seria uma candidata ao S&P 500, um dos principais índices americanos, depois de seis meses de listagem.

Só isso já traria um fluxo de investidores passivos, que poderia puxar as ações para cima.

Em relatório divulgado após a disparada da terça-feira, o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME) afirmou que apesar da pernada da ação, ainda vê espaço para mais.

"Uma mudança de preços dessa magnitude é tentadora para os investidores, que podem querer embolsar lucros, mas não faríamos isso agora. Dado o descontdo com que a JBS negocia em relação a seus pares nos Estados Unidos, na verdade há espaço para mais, dependendo de quanto desse desconto efetivamente se feche", afirmou o analista Thiago Duarte.

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