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Magalu: por que bancos recomendam compra após ação cair 80%

Varejista já perdeu cerca de R$ 120 bilhões em valor de mercado desde o início de 2021; ações recuam até 12% nesta terça após divulgação de resultado

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Magazine Luiza: vendas nas lojas físicas prejudicaram resultado do quarto trimestre (Magazine Luiza/Divulgação)

Magazine Luiza: vendas nas lojas físicas prejudicaram resultado do quarto trimestre (Magazine Luiza/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 15 de março de 2022, 12h23.

Última atualização em 15 de março de 2022, 14h19.

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) despencam no pregão desta terça-feira, 15, com investidores reagindo ao balanço do quarto trimestre, divulgado na última noite. As expectativas já eram negativas, com os papéis caindo 6,33% na véspera do resultado, mas os números foram ainda mais decepcionantes.

O papel do Magalu chegou a cair 12,20% na mínima desta sessão, acumulando 80% de queda em 12 meses. Desde janeiro do ano passado, a varejista já perdeu cerca de R$ 120 bilhões em valor de mercado.

O Magazine Luzia teve prejuízo líquido ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre. O resultado no mesmo período de 2020 havia sido de R$ 232,1 milhões. O Ebitda ajustado ficou em R$ 243,5 milhões, abaixo do consenso de mercado da Bloomberg de R$ 315 milhões.

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A receita líquida da companhia caiu 6,6% para R$ 9,4 bilhões, pressionada pela queda de 18,4% nas vendas nas lojas físicas. O e-commerce próprio, que havia crescido 119,8% no quarto trimestre de 2020, ficou praticamente estável.

As vendas nas mesmas lojas caíram 22,8%, superando a previsão de queda de 17,4% de analistas do Itaú BBA. "Nos últimos dois anos, o Magazine Luiza foi favorecido por um cenário inusitado que impulsionou seus números de crescimento e resultados. Agora que esse cenário se normalizou e vemos a empresa sofrendo os impactos da base de comparação dura", afirmaram os analistas em relatório. 

O destaque positivo do balanço ficou com a expansão de 60% do marketplace. Mas não foi o suficiente para convencer os analistas.

Hora de comprar? 

"Embora o mercado já esperasse por um resultado fraco, a impressão real ainda ficou aquém das expectativas. Acreditamos que a ação pode sofrer pressão adicional à medida que as expectativas são redefinidas", afirmam analistas do Goldman Sachs em relatório.

Apesar da forte desvalorização recente dos papéis, o BTG Pactual ainda vê as ações da companhia pressionadas nos próximos meses. "O e-commerce continua sendo uma tese estrutural positiva para nós, mas com muito mais ruído de curto prazo, ao qual o Magazine Luiza não está imune.", disse o BTG. Os analistas do banco ainda esperam que preocupações sobre o cenário competitivo do setor sigam como um obstáculo para a valorização do papel.

Analistas do BBA tampouco esperam por uma rápida recuperação. "Não vemos gatilhos de curto prazo." 

As perspectivas para o longo prazo, no entanto, são favoráveis ao Magazine Luiza. Itaú BBA, Goldman Sachs e BTG Pactual recomendam a compra do papel. O BTG, com o maior preço-alvo, de R$ 16, espera que os papéis subam mais de 200% em um ano, considerando a cotação desta terça. O Goldman Sachs, o menos otimista entre os três, projeta 100% de alta.