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Juro futuro cai mesmo com inflação persistente e traz desafio a investidor

Inflação implícita atinge menor patamar em cinco meses, mas investidores seguem preocupados com o nível de aumento dos preços

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Entrada do Banco Central: taxa Selic deve chegar a dois dígitos no começo de 2022 | Foto: Ueslei Marcelino/Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

Entrada do Banco Central: taxa Selic deve chegar a dois dígitos no começo de 2022 | Foto: Ueslei Marcelino/Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 20 de dezembro de 2021 às, 19h07.

Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às, 19h25.

Por Davidson Santana

A queda acentuada dos juros futuros de longo prazo está camuflando uma preocupação persistente com a inflação brasileira.

Os riscos de uma recessão prolongada, à medida que o Banco Central aperta a política monetária para combater a inflação acima da meta, desencadearam uma queda nas taxas de DI de longo prazo e uma inversão da curva de juros. A inflação implícita — que é o diferencial entre os rendimentos de títulos prefixados e os de indexados à inflação — caiu como resultado, disfarçando a preocupação contínua com a alta da inflação entre os investidores.

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Mesmo com a inflação implícita atingindo o menor nível em cinco meses neste mês, as expectativas de inflação apuradas pela Bloomberg com economistas brasileiros atingiram 5,8% para o próximo ano, muito acima do centro da meta de 3,5%. Em novembro, o IPCA atingiu 10,74% no acumulado em 12 meses, o maior percentual desde 2003, ainda que tenha ficado abaixo da mediana de 10,9% projetada pela Bloomberg.

“Há um estímulo fiscal adicional que acabou de ser aprovado, que deveria ser inflacionário. Os preços das commodities ainda estão bem altos, o que também contribuirá para a inflação ”, disse Brendan Mckenna, estrategista de câmbio do Wells Fargo em Nova York. “As interrupções na cadeia de abastecimento também são um grande fator e não está claro quando essas pressões inflacionárias podem diminuir.”

Gráfico com a evolução das expectativas de longo prazo para a inflação

Gráfico com a evolução da inflação implícita de longo prazo | Fonte: Bloomberg (Gráfico/Bloomberg)

A demanda por NTN-Bs (títulos do Tesouro atrelados à inflação) também permanece forte. O preço dos títulos com vencimento em 2030 subiu quase 7% desde o fim de outubro, quando atingiu a menor nível do ano, ressaltando o interesse contínuo dos operadores em proteger uma parte significativa de suas carteiras contra a inflação.

O Banco Central está sinalizando que o crescimento não é uma prioridade. Os membros do Copom reforçaram a preocupação com a inflação na última reunião, há duas semanas, quando elevaram a Selic em 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano, e sinalizaram um movimento de mesmo tamanho em fevereiro. Eles também recentemente aumentaram suas projeções de inflação em 2022 para 4,7%, ante 4,1% em outubro.

Alguns operadores, no entanto, dizem que o Banco Central eventualmente precisará ser menos hawkish (rigoroso) para evitar um desastre econômico antes das eleições presidenciais do próximo ano.

Além disso, o Tesouro não parece incomodado com a curva de juros invertida, sugerindo que a atual dinâmica do mercado não deve mudar em breve. O Tesouro ofereceu mais títulos indexados à inflação em seus leilões semanais recentemente, aproveitando rendimentos mais baixos para estender o prazo de sua dívida.

“Não acho que haja convicção para operar agora, apesar de a última leitura da inflação ter sido um pouco melhor do que o esperado”, disse Alvaro Vivanco, estrategista da NatWest Markets em Stamford. “O mercado e o Banco Central vão esperar por mais dados.”

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