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Já estamos vendo o efeito da mudança climática na economia, diz Larry Fink

Para presidente de maior gestora de ativos do mundo, a melhor empresa será a que focar melhor os esforços para trabalhar de forma responsável

Larry Fink: as melhores empresas do mundo serão as empresas que focarem esforços para trabalhar de forma responsável (Germano Lüders/Exame)

Larry Fink: as melhores empresas do mundo serão as empresas que focarem esforços para trabalhar de forma responsável (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 15h56.

Com mais de 7 trilhões de dólares sob gestão, a maior gestora do mundo espera tornar as pautas sociais e ambientais ainda mais relevantes no mercado financeiro. Em evento virtual destinado ao público da América Latina, o CEO da BlackRock, Larry Fink, afirmou que está vendo riscos ambientais também como um risco de investimento e que o interesse de clientes por estratégias sustentáveis só tende a aumentar.

Segundo Fink, o mercado precisa entender que questões climáticas já estão afetando os investimentos. Para dar um exemplo, o executivo citou os incêndios no estado da Califórnia, que levaram seguradoras a aumentarem as taxas cobradas devido ao maior número de sinistros. “Já estamos vendo evidência do impacto físico [da mudança climática] na economia”, afirmou.

Lerry Fink também abordou questões sociais, como a necessidade de maior representatividade de mulheres e negros. “No mundo, principalmente nos Estados Unidos, temos grande desigualdade. A BlackRock até admitiu que não tem feito o suficiente para o empoderamento de pessoas negras e mulheres.”

“Acredito que as melhores empresas do mundo serão as empresas que focarem esforços para trabalhar de forma responsável – e os acionistas são os principais responsáveis nisso. Há uma demanda cada vez maior para que o capitalismo e as empresas façam a coisa certa”, disse.

Brasil

O tema sustentabilidade também foi abordado em outro painel, dirigido pelo presidente do Instituto de Investimentos da BlackRock, Tom Donilon, com a ex-embaixadora dos Estados Unidos no México, Roberta Jacobson. De acordo com a ex-embaixadora, a pressão sobre as queimadas na Amazônia pode ganhar ainda mais força, caso o candidato democrata Joe Biden vença a corrida pela Casa Branca.

“O aumento das queimadas na Amazônia será escrutinizado em um possível governo Biden, porque sabemos que o futuro está no desenvolvimento sustentável”, afirmou. “Os governos que não colocarem a questão climática e sustentável na política comercial vão ter que mudar para alcançarem o crescimento de longo prazo.”

Outro assunto que pode minar a atração de investimento para o Brasil, segundo Jacobson, é a questão fiscal, que ela trata como urgente. “O presidente [Jair] Bolsonaro fez uma coisa inteligente que foi colocar estímulos na economia, mitigando os impactos da covid-19 e aumentando a popularidade. Mas o medo de analistas é que seu populismo acabe levando com que ele não tenha uma disciplina fiscal."

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