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Intervenção no câmbio, Musk no governo Trump e pacote fiscal: os assuntos que movem o mercado

O Banco Central anunciou que fará leilão de linha com compromisso de recompra nesta quarta-feira

Dólar: no ano, a moeda acumula alta de quase 19% (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: no ano, a moeda acumula alta de quase 19% (Gary Cameron/Reuters)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 07h14.

Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 07h15.

Em compasso de espera, os investidores aguardam mais informações sobre o pacote de contenção de gastos. Entre as mudanças avaliadas pelo governo estão o seguro-desemprego e o abono salarial, gastos que mais crescem depois da Previdência Social e do Benefício da Prestação continuada (BPC).

A inclusão do Ministério da Defesa no pacote de corte de gastos será definida nesta quarta-feira, 13, em reunião entre o ministro José Mucio, oficiais e técnicos da equipe econômica, informou nesta noite o Ministério da Fazenda. O encontro ocorrerá pela manhã, no Ministério da Defesa.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não deverá comparecer à reunião. O secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, deverá representá-lo. Segundo a Fazenda, a reunião terá caráter técnico, para as duas pastas discutirem o desenho das medidas, antes do envio do texto ao Palácio do Planalto.

A inclusão do Ministério da Defesa na revisão de gastos obrigatórios foi pedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fechar o pacote, disse Haddad na noite desta segunda, 12. Na ocasião, o ministro não informou a pasta, mas o Ministério da Fazenda confirmou nesta terça que a Defesa passará a integrar as medidas.

Segundo uma reportagem do Globo, o presidente Lula não tem pressa para anunciar cortes de gastos nas despesas do governo, segundo seus auxiliares próximos do Palácio do Planalto. “A equipe de Lula não trabalha sequer com uma previsão de data e está focada nas agendas e encontros bilaterais que o presidente terá durante sua participação na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, na próxima semana.”

Intervenção no câmbio

As tensões fiscais têm impactado no dólar. A moeda americana encerrou o dia de ontem negociada a R$ 5,770. O dólar comercial acumula alta de 0,57% na semana e de 18,90% no ano.

Para ajudar a conter a disparada da moeda, no final do dia de terça-feira, o Banco Central anunciou que fará leilão de linha com compromisso de recompra nesta quarta-feira, 13, com valor máximo de até US$ 4,0 bilhões.

A operação será o primeiro leilão de linha realizado pelo BC desde janeiro de 2023. O leilão ocorrerá entre 10h30 e 10h35. As operações de venda serão liquidadas no dia 18 de novembro. As operações de compra, por sua vez, serão liquidadas em de 2 de abril de 2025 e 2 de junho de 2025.

Agenda doméstica

Na agenda, os investidores acompanham a divulgação do desempenho do setor de serviços no Brasil em setembro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados de crescimento do setor de serviços referentes a setembro. Na última divulgação, foi registrado queda de 0,4%.

A temporada de balanços segue com força. Nesta quarta-feira, Nubank (ROXO34), Casas Bahia (BHIA3), Americanas (AMER3), Ambipar (AMBP3), Gol (GOLL4), Cemig (CMIG4), Banco do Brasil (BBAS3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) divulgam seus resultados.

No exterior, os investidores esperam os dados de inflação dos Estados Unidos. O CPI será divulgado às 10h30. O Bureau of Labor Statistics divulgará o relatório com os dados da inflação oficial de outubro. A expectativa para a variação mensal é de 0,2%, mantendo-se estável em relação ao último resultado. O indicador é importante porque orienta nas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco americano).

Musk no governo Trump

O mercado também acompanha os nomes escolhidos por Donald Trump, presidente eleito, para a equipe que participará de seu mandato. Na noite de ontem, foi a vez de Elon Musk. O presidente eleito dos Estados Unidos, anunciou que nomeará Elon Musk para chefiar um novo órgão federal, chamado de Departamento de Eficiência Governamental, com a missão de reduzir burocracias e aumentar a eficiência. Os departamentos no governo dos EUA são similares aos ministérios no Brasil.

"Tenho o prazer de anunciar que o grande Elon Musk, em colaboração com o patriota americano Vivek Ramaswamy, liderará o Departamento de Eficiência Governamental ("DOGE"). Juntos, esses dois americanos excepcionais abrirão caminho para que minha administração desmonte a burocracia governamental, corte regulações excessivas, reduza despesas desnecessárias e reestruture as agências federais - essencial para o Movimento “Salvar a América”, disse Trump, em comunicado. Nesta quarta-feira, as ações da Tesla operavam alta de 3% no pré-mercado.

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