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Ibovespa fecha em queda de 1,17% com cenário econômico ruim

O índice fechou no vermelho hoje, em meio a dados econômicos domésticos negativos e perdas nos pregões em Wall Street

Bovespa: de acordo com dados preliminares, caiu 1,17%, a 53.603 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 18h30.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou no vermelho nesta sexta-feira, em meio a dados econômicos domésticos negativos e perdas em Wall Street, e com Braskem despencando mais de 10 por cento após prisão de executivos da controladora Odebrecht, em nova fase da Operação Lava Jato .

O Ibovespa caiu 0,9 por cento, a 53.749 pontos. O giro financeiro do pregão ficou abaixo das médias do mês e do ano, a 5,7 bilhões de reais. Na semana, o índice acumulou ganho de 0,75 por cento.

A economia brasileira iniciou o segundo trimestre com contração maior que a esperada, de acordo com o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).

O indicador recuou 0,84 por cento em abril sobre março, ante expectativa de queda de 0,4 por cento pela mediana de pesquisa Reuters..

A prévia da inflação oficial brasileira, por sua vez, acelerou ainda mais em junho, para 0,99 por cento, maior taxa para o mês em quase duas décadas, pressionada pelos preços de alimentos e despesas pessoais.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 alcançou 8,80 por cento - a maior alta desde dezembro de 2003, de acordo com o IBGE.

Dados do Ministério do Trabalho ainda mostraram que o país perdeu 115.599 vagas formais de trabalho em maio, muito acima do fechamento de 38 mil postos no mês estimado em pesquisa da Reuters.

“Tanto o IBC-Br quanto o Caged (trabalho) mostraram que a atividade econômica está passando por rápido encolhimento. A pergunta fundamental é quando esse processo reverterá. Minha percepção é que ainda teremos alguns trimestres ruins pela frente.”, disse o economista Samuel Kinoshita, sócio na MVP Capital Gestão de Recursos.

A prisão pela Polícia Federal dos presidentes da Odebrecht, maior grupo de construção e engenharia da América Latina, e da Andrade Gutierrez, segunda maior construtura do país, em nova etapa da operação Lava Jato, também contribuiu para o recuo do Ibovespa. "A piora na bolsa teve a ver com dados econômicos ruins e os efeitos das prisões dos maiores empreiteiros do Brasil, jogando mais lenha na fogueira da recessão", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Em Wall Street, os principais índices fecharam em queda nesta sexta-feira, em sessão com vencimento de opções e agentes financeiros cautelosos antes de uma cúpula na próxima semana para decidir o destino da Grécia.

DESTAQUES

=BRASKEM desabou 10,4 por cento, fechando na mínima do dia, após a Polícia Federal prender o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em nova fase da operação que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras. Foram detidas 12 pessoas, incluindo também Otávio Marques Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez.

=PETROBRAS fechou em queda de cerca de 2 por cento, diante da expectativa de potenciais efeitos da nova fase da operação Lava Jato. O movimento das ações acompanhou o declínio nos preços do petróleo no mercado internacional. Declaração de uma fonte da estatal à Reuters de que o momento de crise econômica no país dificulta um eventual reajuste no preço do produto também esteve no radar.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO devolveram parte do avanço da véspera e recuaram 1,12 e 1,95 por cento, respectivamente, pressionando o índice dada a relevante fatia de detêm na composição do mesmo. As ações dos dois maiores bancos privados do país também foram contaminadas pelo noticiário ligado à Lava Jato, em meio a perspectivas desfavoráveis para as empreiteiras do país.

=ESTÁCIO e KROTON caíram 3,58 e 2,09 por cento, respectivamente, em meio a movimentos de realização de lucros após ganhos expressivos no mês do setor de educação. =TIM PARTICIPAÇÕES caiu 1,04 por cento, após forte ganho na véspera, com o presidente do Conselho da Telecom Italia afirmando que não houve contatos com o empresário francês Vincent Bollore, cujo grupo de mídia Vivendi está perto de se tornar o maior acionista da empresa italiana de telefonia. Na véspera, o papel subiu com notícia de que a Vivendi seria favorável à exploração da venda da TIM pela Telecom Italia. =OI fechou com as preferenciais em alta de 5,02 por cento, ampliando os ganhos no final do pregão, conforme os papéis seguem sensíveis a especulações ligadas à atividade de fusão e aquisição no setor.

=CYRELA encerrou com elevação de 2,88 por cento, após abrir novo programa de recompra de até 20 milhões de ações, destoando de outros papéis do segmento, com o índice do setor imobiliário caindo 0,65 por cento.

=SUZANO PAPEL E CELULOSE também foi destaque positivo, com alta de 3,50 por cento, em meio ao avanço de mais de 1 por cento do dólar ante o real, em dia de ganhos do setor de papel e celulose como todo na Bovespa.

Texto atualizado às 18h29

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O Ibovespa caiu 0,9 por cento, a 53.749 pontos. O giro financeiro do pregão ficou abaixo das médias do mês e do ano, a 5,7 bilhões de reais. Na semana, o índice acumulou ganho de 0,75 por cento.

A economia brasileira iniciou o segundo trimestre com contração maior que a esperada, de acordo com o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).

O indicador recuou 0,84 por cento em abril sobre março, ante expectativa de queda de 0,4 por cento pela mediana de pesquisa Reuters..

A prévia da inflação oficial brasileira, por sua vez, acelerou ainda mais em junho, para 0,99 por cento, maior taxa para o mês em quase duas décadas, pressionada pelos preços de alimentos e despesas pessoais.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 alcançou 8,80 por cento - a maior alta desde dezembro de 2003, de acordo com o IBGE.

Dados do Ministério do Trabalho ainda mostraram que o país perdeu 115.599 vagas formais de trabalho em maio, muito acima do fechamento de 38 mil postos no mês estimado em pesquisa da Reuters.

“Tanto o IBC-Br quanto o Caged (trabalho) mostraram que a atividade econômica está passando por rápido encolhimento. A pergunta fundamental é quando esse processo reverterá. Minha percepção é que ainda teremos alguns trimestres ruins pela frente.”, disse o economista Samuel Kinoshita, sócio na MVP Capital Gestão de Recursos.

A prisão pela Polícia Federal dos presidentes da Odebrecht, maior grupo de construção e engenharia da América Latina, e da Andrade Gutierrez, segunda maior construtura do país, em nova etapa da operação Lava Jato, também contribuiu para o recuo do Ibovespa. "A piora na bolsa teve a ver com dados econômicos ruins e os efeitos das prisões dos maiores empreiteiros do Brasil, jogando mais lenha na fogueira da recessão", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Em Wall Street, os principais índices fecharam em queda nesta sexta-feira, em sessão com vencimento de opções e agentes financeiros cautelosos antes de uma cúpula na próxima semana para decidir o destino da Grécia.

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=BRASKEM desabou 10,4 por cento, fechando na mínima do dia, após a Polícia Federal prender o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em nova fase da operação que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras. Foram detidas 12 pessoas, incluindo também Otávio Marques Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez.

=PETROBRAS fechou em queda de cerca de 2 por cento, diante da expectativa de potenciais efeitos da nova fase da operação Lava Jato. O movimento das ações acompanhou o declínio nos preços do petróleo no mercado internacional. Declaração de uma fonte da estatal à Reuters de que o momento de crise econômica no país dificulta um eventual reajuste no preço do produto também esteve no radar.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO devolveram parte do avanço da véspera e recuaram 1,12 e 1,95 por cento, respectivamente, pressionando o índice dada a relevante fatia de detêm na composição do mesmo. As ações dos dois maiores bancos privados do país também foram contaminadas pelo noticiário ligado à Lava Jato, em meio a perspectivas desfavoráveis para as empreiteiras do país.

=ESTÁCIO e KROTON caíram 3,58 e 2,09 por cento, respectivamente, em meio a movimentos de realização de lucros após ganhos expressivos no mês do setor de educação. =TIM PARTICIPAÇÕES caiu 1,04 por cento, após forte ganho na véspera, com o presidente do Conselho da Telecom Italia afirmando que não houve contatos com o empresário francês Vincent Bollore, cujo grupo de mídia Vivendi está perto de se tornar o maior acionista da empresa italiana de telefonia. Na véspera, o papel subiu com notícia de que a Vivendi seria favorável à exploração da venda da TIM pela Telecom Italia. =OI fechou com as preferenciais em alta de 5,02 por cento, ampliando os ganhos no final do pregão, conforme os papéis seguem sensíveis a especulações ligadas à atividade de fusão e aquisição no setor.

=CYRELA encerrou com elevação de 2,88 por cento, após abrir novo programa de recompra de até 20 milhões de ações, destoando de outros papéis do segmento, com o índice do setor imobiliário caindo 0,65 por cento.

=SUZANO PAPEL E CELULOSE também foi destaque positivo, com alta de 3,50 por cento, em meio ao avanço de mais de 1 por cento do dólar ante o real, em dia de ganhos do setor de papel e celulose como todo na Bovespa.

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