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Ibovespa cai e volta a fechar no menor nível do ano, aos 102 mil pontos

Piora de perspectivas econômicas volta a pressionar o Ibovespa; ações de tecnologia lideram perdas após renomeação de Powell para o Fed

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Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 22 de novembro de 2021 às, 18h26.

Última atualização em 22 de novembro de 2021 às, 19h59.

O Ibovespa fechou em queda de 0,89%, para 102.122 pontos, nesta segunda-feira, 22, voltando a renovar seu pior patamar do ano.

O tom negativo do índice, que já vem de uma perda de 3% na última semana, ocorre em meio à piora das perspectivas sobre a economia brasileira, com analistas e economistas voltando a revisar para baixo as projeções de crescimento do país para 2021 e 2022 e elevando as perspectivas de IPCA e juros básicos.

Segundo o Boletim Focus divulgado nesta manhã, já é consenso — por meio da mediana das expectativas — no mercado um IPCA acima de 10% para este ano e próximo de 5% para o fim do ano que vem. O PIB estimado para 2022 caiu de 0,93% para 0,70%, a metade do crescimento de 1,40% previsto há quatro semanas.

As preocupações sobre a economia interna pressionam principalmente ações de setores cíclico. Nesta sessão, as varejistas Americanas (AMER3), Soma (SOMA3) e C&A (CEAB3) encerraram em queda de mais de 6%. Do lado das incorporadoras, Cyrela (CYRE3) e EzTec (EZTC3) tiveram quedas superiores a 4%.

As maiores perdas, porém, ficaram com as ações do setor de tecnologia, com Banco Inter (BIDI11) tombando 14,11%. Locaweb (LWSA3) e Méliuz (CASH3) e Totvs (TOTS3) caíram 9,24%, 7,31% e 6,29%, respectivamente.

A queda dos papéis do setor ocorreu em linha com as bolsas americanas: o índice Nasdaq caiu 1,26%, e o S&P 500, 0,32%, com investidores aumentando as apostas de alta de juros nos Estados Unidos, após o presidente Joe Biden reconduzir Jerome Powell à presidência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a partir de 2022

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As perspectivas de alta de juros também impulsionaram a cotação do dólar no mundo, com o índice DXY, que mede a variação da moeda americana frente a uma cesta de divisas desenvolvidas, subindo 0,50%. O dólar também subiu frente quase todas as moedas emergentes — com exceção do real, que interrompeu a sequência de cinco quedas seguidas. Por aqui, o dólar caiu 0,29%, a 5,594 reais.

A decisão, contudo, acalmou os investidores que temiam uma troca no comando do Fed enquanto a economia do país enfrenta os mais altos níveis de inflação em três décadas. Em Wall Street, o Dow Jones fechou em alta e apesar de ter caído junto com o Nasdaq, o índice S&P 500 fechou a renovar sua máxima histórica neste pregao. 

No Brasil, o ambiente internacional ajudou a impulsionar as ações da Vale (VALE3). Com a maior participação no índice, os papéis da mineradora dispararam 6,58%, embaladas pela valorização do minério de ferro na China. A Bradespar (BRAP4), com participação relevante na mineradora, subiu 5,56%, encerrando na vice-liderança do Ibovespa, enquanto as siderúrgicas CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) subiram mais de 2%.

Do lado positivo ainda estiveram as ações da TIM (TIMS3), que fecharam em alta de 1,71% após o fundo americano KKR avaliar a Telecom Itália, sua controladora, em 10,8 bilhões de euros. Se o negócio for concretizado, é possível que a TIM Brasil seja colocada à venda, segundo o analista Luiz Temporini, do BTG Pactual digital. Existe inclusive, a possibilidade que o valuation da operação impacte o preço das ações no mercado brasileiro.

PEC dos Precatórios vai ao Senado

No campo político, os holofotes continuam sobre a PEC dos Precatórios, cujo imbróglio foi o principal responsável por derrubar o índice na última semana. Além de adiar parte dos pagamentos com dívidas judiciais, o texto prevê mudanças no teto, abrindo cerca de 90 bilhões de reais no orçamento para viabilizar novos gastos sociais do governo — já visando as eleições do ano que vem.

A novidade na frente da PEC ficou para o anúncio de que espaço fiscal liberado pela PEC deve ser ainda maior do que os 91,6 bilhões de reais previstos. Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, o espaço deve ser de 106,1 bilhões de reais, devido à revisão para cima das projeções oficiais de IPCA para este ano. 

A incerteza também aumenta com a demora em aprovar o texto. Qualquer alteração na PEC no Senado deve atrasar ainda mais o andamento da proposta, tendo em vista que o texto precisará voltar para a Câmara, onde já recebeu o aval dos deputados.

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