Ibovespa hoje: o principal índice da B3 virou para alta nesta quarta-feira, 4, com investidores de olho nos resultados da “Super Quarta”, dia de decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e Estados Unidos. 

• Ibovespa: - 1,10%, 105.353 pontos

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual (p.p.), para o intervalo entre 0,75% e 1,00% – na maior alta desta magnitude desde 2000.

Juros mais altos costumam retirar a atratividade das bolsas e fortalecer o dólar, mas o que se viu após a divulgação do Fed foi justamente o contrário. “A expectativa era que o comunicado tivesse um tom mais ‘duro’, o que não aconteceu e contribui para uma melhora do mercado e também do câmbio”, avaliou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Além do comunicado, o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, também acalmou o mercado. Após a divulgação da decisão, Powell afirmou que a autoridade monetária não tem a intenção de intensificar o ritmo de ajuste monetário para 0,75 p.p., como vinha sendo precificado pelo mercado. 

“Um aumento de 0,75 p.p. não é algo que o comitê esteja considerando ativamente. As expectativas são de que começaremos a ver a inflação ‘achatando’”, disse Powell, em coletiva após a decisão do Fed.

A fala impulsionou os principais índices americanos apresentam fortes altas, com destaque para o índice de tecnologia Nasdaq, cujas empresas estão entre as mais afetadas pela tendência de juros mais altos. 

• Dow Jones (EUA): + 2,63%
• S&P 500 (EUA): + 2,76%
• Nasdaq (EUA): + 2,90%

Já o dólar comercial, que chegou a encostar na marca dos R$ 5, passou a recuar mais de 1% após a decisão.

• Dólar comercial: - 1,26%, R$ 4,901

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Por aqui, investidores aguardam a decisão de juros no Brasil, após às 18h30. A expectativa é por uma nova alta de 100 pontos base, aumentando a taxa Selic para 12,75%. Analistas acreditam que o BC tenha que estender o ciclo de alta para os próximos meses para controlar a ainda crescente inflação.

Destaques de ações

A recuperação dos papéis de tecnologia no exterior se reflete na bolsa brasileira, com Magazine Luiza (MGLU3), Méliuz (CASH3) e Americanas (AMER3) tomando a liderança do pregão após a decisão do Fed.

• Magazine Luiza (MGLU3): + 8,04%
• Méliuz (CASH3): + 7,91%
• Americanas (AMER3): + 7,22%

Entre as maiores altas do Ibovespa também estão os papéis da PetroRio (PRIO3) e 3R (RRRP3). A Petrobras (PETR4), com o segundo maior peso do índice, salta mais de 2%.

O motivo da alta vem da Europa. Ursula von der Leyen, presidente da comissão europeia, apresentou uma proposta para proibir que países do bloco importem a commodity da Rússia. Como consequência da possível de restrições de oferta, o petróleo Brent sobe, voltando a se aproximar de US$ 110 por barril.  

• PetroRio (PRIO3): + 2,86%
• 3R (RRRP3): + 2,39%
• Petrobras (PETR4): + 2,31%

Na ponta oposta, as ações da Marfrig (MRFG3), que reportou resultado do primeiro trimestre na última noite, lideram as perdas do Ibovespa. A empresa teve lucro líquido de R$ 109 milhões, 61,1% abaixo do registrado no ano passado. 

• Marfrig (MRFG3): - 9,30%

O número saiu muito abaixo do consenso da Bloomberg, que esperava R$ 689,2 milhões de lucro, com aumento do Ebitda e da receita líquida -- que de fato aumentaram, saindo, inclusive, acima do esperado. As despesas financeiras, no entanto, engoliram o resultado, saltando de R$ 346 milhões no mesmo período do ano passado para R$ 1,22 bilhão.