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Remy Sharp
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Ibovespa tem 3ª semana seguida de queda com juros e SVB nos holofotes

IPCA acima do esperado e crise no sistema bancário americano movimentaram mercado nesta sexta

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Painel de cotações da Bolsa (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da Bolsa (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 10 de março de 2023, 10h37.

Última atualização em 28 de março de 2023, 10h34.

Em uma semana de forte volatilidade, o Ibovespa caiu 0,2% – sua terceira semana consecutiva no negativo. No pregão desta sexta-feira, 10, o índice caiu 1,4%, pressionado pela alta da inflação no Brasil e pela crise no sistema bancário americano.

Ibovespa na semana

  • IBOV diário: - 1,38%, aos 103.618 pontos
  • IBOV semanal: - 0,24%

Fiscal, juros e IPCA

O que segurou a queda do Ibovespa foi a especulação durante a semana de que a apresentação do novo arcabouço fiscal poderia levar o Copom a cortar a taxa básica de juros já na reunião de março.

A hipótese ganhou força no mercado na quarta-feira, quando o Ibovespa saltou 2,22% em sua maior alta diária do ano. A expectativa é que as novas regras fiscais do governo Lula, somadas a um ambiente desafiador para o mercado de crédito, convençam o Comitê de Política Monetária a reduzir a Selic dos atuais 13,75% ao ano.

No entanto, um balde de água fria foi jogado sobre as expectativas. Nesta sexta-feira, a inflação oficial do País veio acima do esperado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro ficou em 0,84% acima da expectativa do mercado que estimava uma inflação de 0,78%.

"O número continuou mostrando sinais mistos como na leitura anterior. Mas ainda não vemos reversão da desaceleração esperada dos núcleos e serviços", diz Andréa Angelo, economista-chefe especialista em inflação da Warren Rena.

A análise é similar à do sócio da A7 Capital, André Fernandes, que acredita que o Copom deve manter a taxa de juros inalterada para essa primeira reunião, em 21 e 22 de março. "Apesar da alta do IPCA no mês de fevereiro, o mercado não acredita que ao longo do ano esse ritmo deva-se manter, e seguem acreditando em uma tendência de desaceleração da nossa inflação ao longo de 2023."

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Payroll e juros nos EUA 

No mercado americano, investidores passaram toda a semana esperando pelo payroll, indicador que mostra a criação de novas vagas de emprego nos Estados Unidos. O payroll divulgado nesta sexta registrou o aumento de 311 mil empregos em fevereiro, acima dos 225 mil esperados pelo consenso de mercado. 

Com o mercado de trabalho mais forte, aumentam as expectativas de que o banco central americano pode continuar a subir os juros. Em depoimento nesta semana, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, adiantou que os juros podem subir acima do previsto inicialmente.

Crise do SVB

Mas apesar do payroll, o grande assunto no mercado americano hoje foi a derrocada do Silicon Valley Bank (SVB), que está sendo chamada de maior crise financeira desde 2008. O banco financiador de startups de tecnologia anunciou na quarta-feira à noite que pretendia levantar US$ 2,25 bilhões para lidar com a queima de caixa acelerada de seus clientes em meio a um ambiente de juros altos. 

O anúncio, porém, causou pânico entre os investidores e desembocou em uma crise de liquidez com clientes retirando os recursos do SVB. Para conter a crise de liquidez, o SVB foi fechado hoje pelo Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia – o banco deve reabrir na segunda-feira, 13.

Além disso, a instituição está em tratativas, segundo a CNBC, para venda completa de sua operação. As notícias foram mal recebidas também na bolsa e as ações da empresa desabaram 87% entre quinta e sexta-feira. 

Existe ainda o temor de que o problema de caixa do banco de startups se estenda a todo setor bancário, o que derrubou ações de grandes bancos americanos e aumentou as perdas dos principais índices dos EUA.

Investigações no Magalu e consequência no varejo

O mercado brasileiro tomou um susto na noite de ontem quando o Magazine Luiza (MGLU3), depois de apresentar seus resultados, informou ter recebido uma denúncia anônima sobre irregularidades em acordos com fornecedores. 

A sensação de déjà vu com o caso Americanas (AMER3) eclipsou os balanços e derrubou os papéis das varejistas nesta sexta-feira. Ainda assim, tudo indica que são casos completamente diferentes. 

A questão no Magalu não envolve operações de risco sacado – alvo do rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade da Americanas. O caso fala de uma possível irregularidade em uma transação comercial comum para a companhia em seu relacionamento com distribuidores, que respondem por 3,5% da receita.

  • Arezzo (ARZZ3): - 11,58%
  • Via (VIIA3): - 6,19%
  • Magazine Luiza (MGLU3): + 0,30%

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Maiores altas do Ibovespa na semana

As maiores altas do Ibovespa na semana ficaram com as aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4). A Azul anunciou esta semana um acordo com seus arrendadores de aviões, o que foi bem recebido pelo mercado pelo potencial de reduzir a dívida da empresa. Já a Gol reagiu à reestruturação financeira da empresa com a criação do grupo Abra, criado para ser controlador de Gol e Avianca.  

Veja também

Maiores quedas do Ibovespa na semana

Na ponta oposta, a maior baixa foi da CSN (CSNA3). O lucro líquido da siderúrgica caiu 81% no quarto trimestre, para R$ 197 milhões. O maior impacto veio do maior custo de dívida e do efeito negativo da variação cambial.

  • CSN (CSNA3): - 12,72%
  • 3R Petroleum (RRRP3): - 11,91%
  • Gerdau (GGBR4): - 8,26%

Veja também

Que horas abre a bolsa de valores?

A bolsa de valores do Brasil, a B3, opera das 10h às 17h55 segundo o horário de Brasília. Essa negociação ocorre apenas nos dias da semana, de segunda-feira à sexta-feira. Nesse período, é possível escolher ações da bolsa para investir.

Ou seja: o horário de funcionamento da B3 é similar a um horário comercial. Também não há funcionamento nos dias de feriado.

Entretanto, alguns ativos específicos possuem horários de negociação diferenciados. Por exemplo: o Mercado a Termo vai das 10h às 17h25. Além disso, o Índice Futuro do Ibovespa vai de 9h até 17h.

A negociação com dólar futuro vai de 9h às 17h. Por fim, a negociação com juros futuros vai das 9h às 16h15, mas possui sessão estendida até as 18h.

Além disso, há ativos que possuem menos tempo de negociação: opções sobre Índice de Ações negociam entre 10h05 e 16h50; já o Mercado de Opções está aberto das 10h05 até 16h55.

Há, ainda, alguns horários específicos de pré-abertura, que ocorrem às 09h45 (15 minutos antes da abertura do mercado).

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