GameStop: conheça a história da loja de games que explodiu na bolsa
A varejista americana começou sua operação em 1984 em Dallas, no Texas, e hoje tem mais de 5.000 lojas em dez países
(Spencer Platt/Getty Images)
27 de janeiro de 2021, 19h02
Desafiando todas as expectativas dos analistas, as ações da varejista americana de games GameStop subiram mais de 750% desde o começo de janeiro até o pregão da terça-feira, 27. A alta súbita dos papéis está no centro das discussões do mercado financeiro do mundo todo. Isso porque ela é fruto de uma disputa entre os investidores que apostaram na queda das ações — os short sellers, no jargão do mercado — versus um grupo de day traders de um fórum do Reddit para promover a compra do papel.
A disputa envolve ainda várias estrelas do mercado. O americano Michael Burry, que teve sua história contada no filme A Grande Aposta, foi um dos que se beneficiaram da alta dos papéis. Ele obteve uma valorização de cerca de 1.500% ao comprar e reter ações da empresa. O bilionário Elon Musk, na terça-feira, 27, entrou na história ao tuitar sobre a empresa, colocando mais gasolina na disputa.
Todo o debate sobre as ações da companhia e uma possível bolha em alguns ativos do mercado gerou dúvidas para muitos brasileiros não familiarizados com o mercado de games.
Quem é a GameStop?
A varejista americana é considerada a maior do mundo no seu segmento, com mais de 5.000 lojas em dez países. Ela vende jogos e consoles de videogames desde 1984, quando abriu sua primeira loja em Dallas, no Texas, ainda sob o nome de Babbage's.
A empresa foi vendida para a rede de livrarias americana Barnes & Noble em 1999 e pouco depois fez uma fusão com a concorrente Funco. Foi só em 2000 que a companhia adotou o nome de GameStop. Dois anos mais tarde, a empresa abriu o capital na bolsa de Nova York, levantando 325 milhões de dólares.
De lá para cá, o mercado de games mudou bastante. Os jogadores que antes dependiam da compra física dos jogos, agora podem fazer o download dos títulos diretamente nos consoles ou nas lojas online de jogos para computador. Na última década, a varejista tentou se adaptar, criando produtos online, modelos de fidelidade para clientes e até mesmo um centro de treinamento para jogadores profissionais de e-sports.
Para muitos analistas, as perspectivas de futuro para o negócio eram muito reduzidas, quase como se a GameStop fosse uma "Blockbuster dos games" — querida para os consumidores, mas com um modelo de negócios fadado a ser substituído por alternativas digitais. Segundo a consultoria IDC, as vendas de jogos físicos, que representavam 60% do mercado em 2016, caíram para 29% em 2020.
O cenário, que já não era ótimo, foi piorado pela pandemia. Grande parte das lojas da GameStop fica em shoppings centers, que foram duramente afetados pelas medidas de isolamento social para conter o vírus. Em setembro de 2020, a companhia anunciou o fechamento de 450 lojas globalmente e disse que considerava encerrar mais operações em 2021, a depender do cenário.
Em paralelo, a rede continuou apostando no digital. No segundo trimestre do ano passado, impulsionada pela covid-19, a receita com vendas online da empresa subiu 800% e passou a corresponder a cerca de 20% do total. Em outubro, ela anunciou uma parceria com a Microsoft para que recebesse uma porcentagem das vendas dos jogos que forem vendidos em videogames comprados em suas lojas. O lançamento de novos modelos dos consoles PlayStation e Xbox também ajudou nas vendas do negócio no final do ano, ainda que as receitas tenham ficado 3,1% abaixo no período.
A alta das ações agora, no entanto, nada está relacionada com os planos da companhia para se inserir na economia digital. A disputa dos investidores é mais motivada por um desejo de fazer o outro lado perder do que por uma análise das chances da GameStop crescer. A expectativa dos analistas americanos é que, quando a empresa divulgar seu balanço em março, o preço da ação retorne para o patamar anterior ao boom.
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