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Fundo Verde zera aposta de alta de juros nos EUA e vê ações internacionais a preços "bem atrativos"

Fundo prevê novas desvalorizações do euro e da libra e afirma que políticos europeus 'se recusam a encarar a inflação de forma mais séria'

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de outubro de 2022 às 11h50.

Última atualização em 10 de outubro de 2022 às 11h55.

A gestora Verde Asset, de Luis Stuhlberger, zerou as apostas de alta dos juros nos Estados Unidos por entender que parte expressiva já foi precificada após rali recente. A posição na taxa de juros esteve entre os principais ganhos de seu fundo multimercado em setembro. A equipe da Verde, no entanto, ressalta que os dados da inflação americana divulgados no último mês mostram que "a batalha dos bancos centrais contra a inflação ainda não está perto de acabar".

O aperto das condições financeiras, segundo a Verde, "seguiu inabalável" em setembro, atingindo níveis "altíssimos" após o novo pacote fiscal do Reino Unido, que levou ao aumento das apostas de alta de juros no mercado britânico. "Acreditamos que o pêndulo dos mercados começa a mostrar exageros, e nos parece claro que o brutal aperto generalizado de juros vai ter impactos importantes sobre o crescimento de todas as economias, especialmente as desenvolvidas", afirmou a Verde. "Devemos ver isso com mais clareza nos próximos meses."

O fundo aproveitou as turbulências de setembro para montar posições vendidas no euro e na libra esterlina, prevendo novas desvalorizações. No ano, a libra e o euro acumulam respectivas queda de cerca de 18% e 14% contra o dólar. Para a Verde, políticos europeus, especialmente britânicos, "se recusam a encarar o problema inflacionário de uma forma mais séria, o que traz mais incerteza e volatilidade para os mercados."

Apesar das preocupações sobre a inflação ainda estarem à porta, a gestora acredita que o valuation das bolsas globais  "já se encontra em níveis bem atrativos". No entanto, a casa ainda espera por mais visibilidade na trajetória dos juros para aumentar as posições em ações internacionais.

No mercado interno, a Verde vem reduzindo as posições em bolsa nos últimos meses, devido às recentes altas e incertezas fiscais "agravadas pelos programas de aumento de gastos dos principais candidatos à presidência".

O que a Verde achou do primeiro turno?

Apesar das dúvidas sobre o novo governo, a Verde acredita que o resultado do primeiro turno reduziu "a probabilidade de riscos de cauda" de possíveis contrarreformas em um eventual governo petista. "O Congresso recém-eleito mostrou um balanço mais conservador do que se projetava, particularmente no Senado. O próximo presidente, independente de quem vencer no segundo turno, terá que trabalhar com restrições impostas por essa composição legislativa", afirmou em carta.

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