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Embraer: as encomendas de aeronaves que mais mexeram com as ações da companhia

Primeira venda de aeronaves para os Estados Unidos e primeira encomenda da aérea Latam foram alguns dos destaques para a companhia este ano, até agora

Fabrica da EMBRAER em São Jose dos Campos - SP

Foto: Leandro Fonseca
Data: 17/03/2025

Foto: Leandro Fonseca
Data: 17/03/2025 (Leandro Fonseca/Exame)

Fabrica da EMBRAER em São Jose dos Campos - SP Foto: Leandro Fonseca Data: 17/03/2025 Foto: Leandro Fonseca Data: 17/03/2025 (Leandro Fonseca/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 06h00.

Com alta acumulada de 42,6% no ano e de 78,2% nos últimos doze meses, o desempenho das ações da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) tem sido impulsionado por uma sequência de anúncios positivos envolvendo novas encomendas e contratos de fornecimento de aeronaves.

Nesta terça-feira (14), os papéis da companhia subiram quase de 5%, após a TrueNoord, empresa especializada em leasing regional de aeronaves, firmar um pedido firme de 20 novas aeronaves E195-E2. O acordo também prevê opções de compra de até 20 E195-E2 adicionais e até 10 E175-E1. A preço de tabela, o pedido firme está avaliado em US$ 1,8 bilhão.

Histórico de fortes reações

A Embraer acumulou uma série de anúncios que serviram de gatilho para altas expressivas na B3. A cada novo contrato, a reação do mercado reforçou a percepção de que a fabricante brasileira vive uma fase de forte expansão comercial — tanto na aviação civil quanto no setor de defesa — ainda que em um cenário de guerra tarifária que deixou a companhia em alerta.

No início de outubro, a Suécia anunciou a compra de quatro aeronaves C-390 Millennium, com opção para mais sete unidades. O acordo, que amplia a presença da Embraer na Europa, levou as ações a subirem 1,5%.

Poucas semanas antes, em 22 de setembro, a LATAM, que até então não tinha modelos da Embraer em sua frota, divulgou a aquisição de até 74 jatos E195-E2, sendo 24 pedidos firmes e 50 opções adicionais. O anúncio impulsionou a ação em 4,6%, uma das maiores altas do trimestre.

Comportamento diferente do visto uma semana antes, quando a companhia divulgou sua primeira venda de aviões para os Estados Unidos. A Embraer fez até teaser, uma semana antes, com contagem regressiva e tudo para o que chamou de "marco zero". No final, a reação dos papéis foi bastante limitada no pós-anúncio.

Em 4 de setembro, o governo do Panamá assinou contrato para quatro aeronaves A-29 Super Tucano, que serão operadas pelo Serviço Nacional Aeronaval (SENAN). No dia seguinte, a ação subiu 3,05%.

A semana anterior já havia sido marcada por duas boas notícias. No dia 3, a Autoridade de Aviação Civil da África do Sul (SACAA) concedeu certificação de tipo à família E-Jets E2, abrindo espaço para novas vendas no continente. A reação: ação subiu 2,7%. Um dia antes, em 2 de setembro, a Virgin Australia recebeu seu primeiro E190-E2, marcando o início das operações do modelo na Oceania — e garantindo alta de 2,17%.

Entre os contratos de maior peso financeiro, o destaque foi em 18 de junho, quando a SkyWest confirmou pedido firme de 60 aeronaves, com opção para outras 50, avaliadas em US$ 3,6 bilhões. As ações avançaram 3,99%.

No mesmo mês, durante o Paris Air Show, o governo de Portugal anunciou a compra de uma sexta aeronave KC-390 Millennium, elevando a frota da Força Aérea Portuguesa (FAP) e reforçando a reputação internacional do cargueiro militar. O mercado reagiu com alta de 5,34%.

Também em junho, a subsidiária Eve Air Mobility assinou seu primeiro contrato firme com a Revo e a Omni Helicopters International (OHI) para até 50 eVTOLs — veículos elétricos de decolagem e pouso vertical. O negócio marcou a transição da Eve da fase de desenvolvimento para a de execução, e as ações subiram 5,34% no dia seguinte.

Antes disso, em fevereiro, a ANA Holdings, do Japão, escolheu o E190-E2 para renovar sua frota doméstica, movimento que garantiu alta de 1,3% em dois dias. Poucos dias antes, a divisão Embraer Executive Jets havia anunciado um contrato histórico de até US$ 7 bilhões com a Flexjet, o maior já firmado na aviação executiva da companhia. O impacto foi imediato: alta de 15,5%.

O ciclo positivo começou ainda no início de 2025, com a Força Aérea Uruguaia convertendo cinco opções de compra do A-29 Super Tucano, gerando alta acumulada de 6,3% em três dias.

Carteira de pedidos

No final do segundo trimestre, a carteira de pedidos da Embraer atingiu a máxima histórica de US$ 29,7 bilhões, sendo aviação comercial responsável por quase metade desse valor, cerca de US$ 13,1 bilhões.

No segmento comercial, o jato E175 puxava a lista com 1.000 mil pedidos firmes, sendo 208 pedidos firmes a entregar. A aeronave é projetada para voos de curta a média distância e possui uma configuração de assentos flexível para que possa ajustar a capacidade à demanda do mercado.

Já em Defesa & Segurança, o KC-390 Millennium contava com 42 pedidos firmes. O KC-390 é uma aeronave militar de transporte multimissão que traz "mobilidade incomparável", segundo a Embraer, alta produtividade e flexibilidade de operação a baixos custos operacionais em uma única plataforma moderna.

O A-29 Super Tucano, por sua vez, tinha 34 pedidos. A aeronave multimissão é equipada com sistemas de última geração, incluindo identificação precisa de alvos, sistemas de armas e um amplo conjunto de comunicações.

Segundo a Embraer, o Super Tucano oferece alto desempenho em ataque leve, reconhecimento armado e treinamento tático, otimizando a frota e a infraestrutura de suporte necessária para a operação.

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