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Remy Sharp
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Efeito deflação: o que esperar dos resultados de Carrefour, GPA, Assaí e Mateus no 2º tri

Carrefour abre a temporada de balanços nesta terça-feira e deve ser a empresa com rentabilidade mais afetada, segundo analistas

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Carrefour: grupo tem de lidar com deflação e impacto da conversão das lojas BIG (Germano Lüders/Exame)

Carrefour: grupo tem de lidar com deflação e impacto da conversão das lojas BIG (Germano Lüders/Exame)

A temporada de balanços começou e a partir desta terça-feira, 25, o mercado vai conhecer os números das companhias do varejo alimentar, começando pelos números do Carrefour (CRFB3). No dia seguinte, 26, é a vez dos números do GPA (PCAR3) e do Assaí (ASAI3). Já o Grupo Mateus (GMAT3) só divulga seu resultado no próximo dia 09.

Números de pesquisa da consultoria Nielsen IQ, apontam que, até maio, a maior parte do crescimento das vendas do setor supermercadista, com destaque para o atacarejo vem da região Nordeste, observam Arnaud Dusaintpère e Sebastien Durchon, sócio e conselheiro-sênior, respectivamente, da Oliver Wyman para varejo na América Latina.

Os dois executivos foram do grupo Carrefour por anos, sendo que Durchon foi CFO do grupo. De acordo com os números da Nielsen IQ analisados pelos dois executivos, as vendas em mesmas lojas no Nordeste foram o dobro da média brasileira.

A percepção dos executivos vem de encontro com a percepção de alguns dos analistas de varejo dos grandes bancos de investimento e casas de análise, que têm apontado o Grupo Mateus, do Maranhão, como o de melhor projeção de crescimento operacional no trimestre. Os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) veem o grupo nordestino como "um destaque positivo no trimestre".  Com concorrência mais acirrada no Sudeste, "o Grupo Mateus tem maior probabilidade de ter um desempenho melhor, devido à sua exposição a uma concorrência mais suave na região Nordeste", acrescentam os analistas do Itaú BBA. 

Ainda assim, a fotografia do segundo trimestre do varejo alimentar como um todo não deve ser das mais bonitas. O período foi de redução de estoques dos clientes e exigiu um trabalho ainda mais assertivo de capital de giro. "O poder aquisitivo dos clientes foi afetado, seja obsrvando a inadimplência das famílias ou dos pequenos comerciantes (que compram no atacarejo). Então é um resultado menor para se pagar muito mais de juros. O problema do varejo é que uma queda pequena de volume é uma queda expressiva de resultado", explica Durchon.

O que esperar dos números segundo os bancos?

Os números do grupo francês saem nesta terça-feira, 25. A empresa vem tentando lidar com os efeitos da deflação de alimentos e da alavancagem pela conversão das lojas BIG. Para os analistas do Santander, o Carrefour deve ser o varejista de alimentos mais afetado pelas tendências de deflação de alimentos no segundo trimestre de 2023.

O desempenho do Atacadão deve mostrar uma queda de 4,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O concorrente Assaí reportará uma queda de 1,1%. "Além disso, a unidade de varejo do Carrefour teve uma queda de 2,5% nas vendas mesmas lojas em relação ao ano anterior, enquanto o Grupo Mateus obteve um aumento de 8,5%.

O BTG Pactual acredita que os resultados vão piorar para os varejistas de alimentos devido à menor inflação de alimentos nos últimos meses (que encerrou em junho em 2,88%, contra 7,04% em março). Com isso, as vendas em mesmas lojas (SSS) devem cair 3% em relação ao ano anterior na Assaí (com vendas totais crescendo 21% em relação ao ano anterior) e -4% em relação ao ano anterior no Carrefour (com as vendas mesmas lojas em sua divisão de varejo caindo 2% em relação ao ano anterior e o Atacadão caindo 5% em relação ao ano anterior).

Enquanto isso, a SSS deve crescer 8% em relação ao ano anterior no Grupo Mateus. "Espera-se que a margem Ebitda consolidada do Carrefour caia 250 pontos-base em relação ao ano anterior, impactada por um desempenho fraco em sua operação do Banco Carrefour (afetada por maiores provisões) e a integração do Grupo Big, enquanto a margem Ebitda da Assaí deve cair 30 pontos-base em relação ao ano anterior."

O Itaú BBA também observa o setor de varejo de alimentos afetado por tendências desafiadoras de deflação de alimentos e uma concorrência mais acirrada, especialmente na região Sudeste do país. "Esperamos que as cifras de receita sejam mais suaves para as empresas expostas a essas regiões (ASAI e CRFB), enquanto o GMAT tem maior probabilidade de ter um desempenho melhor." Segundo o grupo de analistas, a pressão sobre a lucratividade deve afetar todas as empresas neste trimestre, sendo que o Carrefour Brasil a mais negativamente afetada.

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