Invest

Como os mercados devem reagir ao novo 'tarifaço' de Trump contra a China

Tarifa extra de 100% contra importações chinesas renova incertezas geopolíticas, joga contra o dólar e alimenta corrida por ativos de proteção

Primeiras reações devem surgir na madrugada de domingo, quando as bolsas asiáticas operam (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Primeiras reações devem surgir na madrugada de domingo, quando as bolsas asiáticas operam (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 19h03.

A maioria dos ativos financeiros já não estava mais sendo negociada quando Donald Trump anunciou uma tarifa adicional de 100% às importações da China pelos Estados Unidos. O mercado, porém, vinha acompanhando o acirramento de tensões entre as potências econômicas e parecia prever o que estava por vir.

As bolsas despencaram, o dólar subiu, enquanto ativos de proteção, como ouro, e indicadores de volatilidade, como VIX, conhecido como "índice do medo", dispararam.

A forma como o mercado financeiro vai reagir ao novo tarifaço de Trump só deve ficar clara na madrugada de domingo, quando as bolsas asiáticas começarem a operar.

Criptos já sentiram o impacto

O universo das criptomoedas, que são negociadas 24 por 7, já repercutiram a notícia, com o bitcoin caindo 9%, enquanto Ethereum e Solana derretiam, respectivamente, 18% e 20%.

"O impacto a curto prazo no mercado vai ser muito mais em relação às incertezas e à instabilidade geopolítica do que em termos de preço em si". afirma Bruno Yamashita, analista de alocação e inteligência da Avenue.

Segundo ele, o efeito de sanções tarifárias em preço de produto leva a um tempo para aparecer, mas a situação presente gera instabilidade e acaba impactando os mercados, que antecipam os movimentos.

"A depender do desenrolar desses acontecimentos ao longo do final de semana e do começo da semana que vem, isso deve se refletir por mais alguns dias".

É bom para o real

Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset Management, reconhece que o novo "tarifaço" reacende o medo de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, que assolou o mundo em abril.

E como se projetava naquela ocasião, volta a percepção de que esse acirramento de ânimo entre as potências pode ter impacto positivo para o Brasil.

"A gente pode ganhar algum espaço nesse vácuo que fica quando eles se afastam. Vimos China começando a comprar soja e café do Brasil nesse momento que os EUA tarifaram nosso país", diz Marcela.

A escalada de tensões tarifárias também a enfraquecer o dólar. "Isso serve para puxar o real para a valorização", explica. Porém, os ruídos fiscais internos podem atrapalhar esse movimento.

Acompanhe tudo sobre:IbovespaMercado financeiroDonald TrumpChinaTarifas

Mais de Invest

Por que está mais difícil de prever crises nos Estados Unidos

Por que empresas de robotáxi chinesas não foram bem recebidas na bolsa

Tesla segue roteiro da Berkshire. Mas Elon Musk pode ser novo Buffett?

Mega-Sena: resultado do concurso 2.938; prêmio é de R$ 55 milhões