Como o Fed decidiu a política monetária em crises de crédito no passado?
Em meio ao colapso de alguns bancos como SVB e First Republic, mercado segue apostando na alta de 0,25 ponto percentual agora, mas já enxerga espaço para pausa no ajuste
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Jerome Powell, chairman of the US Federal Reserve, speaks during a news conference following a Federal Open Market Committee (FOMC) meeting in Washington, DC, US, on Wednesday, Nov. 2, 2022. Federal Reserve officials delivered their fourth straight 75 basis-point interest rate increase while also signaling their aggressive campaign to curb inflation could be approaching its final phase. Photographer: Al Drago/Bloomberg (Al Drago/Bloomberg)

Publicado em 22 de março de 2023, 13h15.
Última atualização em 22 de março de 2023, 13h16.
Na tarde desta quarta-feira, 22, o Federal Reserve divulga sua decisão de seu comitê para a trajetória da taxa de juros nos Estados Unidos. A expectativa de praticamente todo o mercado é de que seja dado um aumento de 0,25 ponto percentual, para lidar com a inflação persistente no país. Mas todo o enrosco com os bancos de porte médio, como Silicon Valley Bank (SVB), Signature e First Republic, fizeram com que muita gente do mercado começasse a apostar que o banco central americano vai diminuir a dose do remédio, podendo pausar o movimento de alta na política monetária. Mas como o Fed se comportou em outras crises do tipo?
A equipe do Goldman Sachs se propôs esse exercício e foi buscar o histórico das decisões de política monetária em períodos em que o estresse no sistema financeiro ameaçou concessão de empréstimos e atividade econômica.
Para o exercício, o banco excluiu os períodos de grandes crises e recessões. Observou a resposta do Fed à crise de crédito de 1966, à falência do banco Continental Illinois em 1984, à crise do peso mexicano de 1994-1995 e ao colapso do LTCM de 1998. Qual foi a conclusão?
O registro histórico sugere que o comitê do Fed tende a evitar o aperto da política monetária em tempos de estresse financeiro e prefere esperar até que a extensão do problema fique clara, “a menos que esteja confiante de que outras ferramentas de política conterão com sucesso os riscos à estabilidade financeira”, explica a equipe do Goldman.
O Fed afrouxou a política monetária em resposta ao estresse financeiro em dois dos quatro casos e interrompeu o aperto em um terceiro. Só continuou a aumentar as taxas de juros durante a crise do peso, quando as autoridades federais tomaram outras medidas para lidar com as preocupações com a estabilidade financeira. Após o colapso do LTCM, a liderança do Fed enquadrou a decisão de flexibilizar como um seguro contra uma maior deterioração do sistema financeiro e observou que o Fomc (o comitê) poderia reverter o curso mais tarde.
O núcleo da inflação ficou acima de 3% em dois dos três casos em que o Fomc afrouxou ou interrompeu o aperto e a taxa de desemprego ficou abaixo da média de 10 anos em todos os três, mas a estabilidade financeira teve prioridade.
Créditos

Raquel Brandão
Repórter de InvestJornalista há mais de uma década, foi repórter do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertasÚltimas Notícias
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