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CEO do JPMorgan alerta para dependência externa dos EUA e anuncia plano de investimento trilionário

Plano de US$ 1,5 trilhão foca em energia, defesa, tecnologia e cadeias produtivas estratégicas nos EUA

Jamie Dimon: presidente do JPMorgan participará de um encontro de alto nível organizado pelo JPMorgan em Buenos Aires (Tiffany Hagler-Geard/Bloomberg/Getty Images)

Jamie Dimon: presidente do JPMorgan participará de um encontro de alto nível organizado pelo JPMorgan em Buenos Aires (Tiffany Hagler-Geard/Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 13 de outubro de 2025 às 11h12.

O banco JPMorgan anunciou nesta segunda-feira, 13, um plano de investimento voltado a setores estratégicos dos Estados Unidos — como manufatura avançada, defesa, energia e tecnologia — que prevê até US$ 10 bilhões em participações diretas com recursos próprios e US$ 1,5 trilhão em financiamentos e facilitação de crédito ao longo da próxima década. A iniciativa está alinhada à política econômica “America First” do presidente Donald Trump.

O programa, chamado "Iniciativa de Segurança e Resiliência", será voltado a quatro áreas centrais: cadeias de suprimentos e manufatura avançada; defesa e aeroespacial; independência e resiliência energética; e tecnologias estratégicas de ponta, como inteligência artificial e computação quântica.

Segundo o jornal Financial Times, a prioridade será para empresas com operações nos Estados Unidos.

“Ficou dolorosamente claro que os EUA se tornaram excessivamente dependentes de fontes pouco confiáveis de minerais críticos, produtos e manufatura — todos essenciais para nossa segurança nacional”, afirmou Jamie Dimon, CEO do JPMorgan. “A segurança do país depende da força e da resiliência da economia americana”, disse o executivo.

Nova corrida por autonomia industrial

Segundo o Business Insider, a estratégia do banco envolve tanto investimento de capital próprio quanto o fornecimento de crédito a clientes estratégicos, com o objetivo de acelerar a produção e a inovação doméstica.

Além dos investimentos diretos, a instituição pretende ampliar sua equipe de banqueiros especializados e criar um conselho consultivo externo com líderes públicos e privados para orientar a iniciativa.

A medida ocorre no momento em que a Casa Branca intensifica políticas protecionistas, especialmente com as tarifas sobre importações impostas pelo presidente Donald Trump. 

Na semana passada, a China anunciou restrições à exportação de terras raras, insumo essencial para tecnologias estratégicas, como chips semicondutores e equipamentos de defesa. Em seguida, Washington respondeu com tarifas de 100% sobre produtos chineses, com início em 1º de novembro

Sinal ao governo e ao mercado

De acordo com o Financial Times, embora o banco não cite Trump diretamente, o plano está alinhado à estratégia econômica da atual administração, que busca fortalecer a infraestrutura crítica e reduzir vulnerabilidades em setores estratégicos.

No passado, bancos de Wall Street já anunciaram metas ambiciosas de financiamento em áreas alinhadas a prioridades públicas — como a iniciativa de US$ 2,5 trilhões lançada pelo próprio JPMorgan em 2021 para apoiar soluções climáticas. Desta vez, porém, o foco está na segurança econômica e geopolítica, em meio ao acirramento da disputa entre EUA e China.

“Os Estados Unidos precisam agir agora para restaurar sua força industrial”, afirmou Dimon, pedindo menos burocracia e mais investimento em setores estratégicos.

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