Casas Bahia despenca após oferta e enxuga R$ 32 bilhões desde 2020
Os investidores estão cada vez mais preocupados com a alta alavancagem da empresa e os fracos resultados operacionais
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Casas Bahia: a varejista é uma das mais populares do Brasil (Casas Bahia/Divulgação)

Publicado em 14 de setembro de 2023 às, 15h17.
Última atualização em 14 de setembro de 2023 às, 15h33.
As ações do Grupo Casas Bahia afundaram na B3 após a oferta subsequente da companhia sair a um forte desconto em relação ao preço de tela, um baque em seu mais recente esforço para levantar recursos e reduzir dívida.
A Casas Bahia – anteriormente conhecida como Via – vendeu novas ações a 80 centavos cada uma na noite passada, um desconto de 28% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira, levantando cerca de R$ 623 milhões.
Se os bônus de subscrição incluídos na transação forem integralmente exercidos, o valor subiria para R$ 1,1 bilhão, informou a empresa em comunicado ao mercado.
As ações chegaram a cair até 32%, para 76 centavos, na manhã de quinta-feira, com a negociação das ações interrompida diversas vezes pela B3. Os papéis recuaram 96% desde a máxima atingida em 2020, quando dispararam em meio ao salto do comércio eletrônico impulsionado pela pandemia. O tombo desde então eliminou cerca de R$ 32 bilhões em valor de mercado.
Os investidores estão cada vez mais preocupados com a alta alavancagem da empresa e os fracos resultados operacionais. A companhia, que trocou seu diretor-presidente no primeiro semestre do ano, registrou prejuízo de R$ 492 milhões no segundo trimestre. A Casas Bahia afirmou que usará os recursos da oferta para melhorar sua estrutura de capital.
Espera-se que os detentores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da Casas Bahia se reúnam logo depois que a S&P Global Ratings rebaixou a dívida local na semana passada. Os detentores desses papéis decidirão se declaram o vencimento antecipado das notas devido ao corte.
A Casas Bahia é um dos varejistas mais populares do Brasil. A rede varejista foi fundada na década de 1950 pelo imigrante polonês Samuel Klein. Seu filho e magnata do varejo Michael Klein é atual acionista e demonstrou interesse em participar da oferta.
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