Braskem sai de lucro para prejuízo no 4º tri e vê alavancagem aumentar
Política “COVID-zero” na China e incertezas do cenário nos Estados Unidos e na Europa afetaram os resultados, segundo a empresa
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Braskem tem prejuízo bilionário no 4º tri (Luke Sharrett/Bloomberg)

Publicado em 23 de março de 2023, 09h32.
Última atualização em 23 de março de 2023, 11h49.
A petroquímica Braskem (BRKM5) registrou um prejuízo bilionário no quarto trimestre de 2022. A empresa saiu do lucro de R$ 530 milhões um ano antes para R$ 1,7 bilhão em perdas atribuídas aos acionistas. O resultado foi fortemente impactado por questões de oferta e demanda do PVC e outros insumos que a companhia produz e cujos preços ficaram pressionados no segundo semestre de 2022. No ano, prejuízo foi de R$ 335 milhões.
A receita líquida da empresa caiu 33%, para R$ 18,99 bilhões. No ano, a queda foi bem menor, de 9%, para R$ 96,52 bilhões, mostrando como a segunda metade de 2022 desafiou o negócio. A Braskem explica que os spreads dos produtos petroquímicos e químicos no mercado internacional continuaram sendo impactados pela dinâmica entre oferta e demanda global.
Segundo a empresa, vários fatores contribuíram para a menor demanda no período, como: as medidas da política “COVID-zero” impactando o crescimento da China e as incertezas do cenário nos Estados Unidos e na Europa.
"Adicionalmente, o aumento da oferta de produtos com a entrada de novas capacidades de PE e PP em operação nos Estados Unidos e na China também contribuiu para a queda dos spreads petroquímicos e químicos no mercado internacional."
Ebitda
Nesse contexto, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 168 milhões no quarto trimestre, ante R$ 6,3 bilhões de resultado positivo registrado um ano antes. Por trás do número estão menores spreads internacionais de PE, PP, PVC e principais químicos no Brasil, PP nos Estados Unidos e Europa, e de PE no México.
Também pesou o menor volume de vendas de resinas e de principais químicos no segmento Brasil, de PP na Europa e de PE no segmento México; e a atualização sazonal de provisões, sem impacto na geração de caixa, no valor de cerca de R$ 248 milhões. Por fim, a valorização do real ante o dólar também impactou. Parte desses efeitos foram compesados pelo maior volume de vendas de PE Verde no segmento Brasil e de PP nos Estados Unidos. No ano, o Ebitda ficou 65% menor, a R$ 10,57 bilhões.
Diante disso, a alavancagem da companhia aumentou, passando de 0,94 vez para 2,42 vezes, o que a empresa pondera ser um patamar saudável para seus negócios. Além disso, a posição de caixa ao final de 2022 foi de US$ 2,4 bilhões, patamar que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 60 meses, não considerando a linha de crédito rotativo internacional (stand by) disponível no valor de US$ 1 bilhão, com vencimento em 2026.
Créditos

Raquel Brandão
Repórter de InvestJornalista há mais de uma década, foi repórter do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertasMais lidas em Invest
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