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As ações que ainda valem a pena no setor de energia elétrica

Novas regras do governo tornaram as empresas mais previsíveis, afirmam analistas

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	Tractebel, Taesa, CPFL e Coelce ainda são boas opções para investir no setor elétrico
 (EXAME)

Tractebel, Taesa, CPFL e Coelce ainda são boas opções para investir no setor elétrico (EXAME)

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Beatriz Souza

Publicado em 27 de setembro de 2012 às, 10h57.

São Paulo - Quase um mês após o início da grande queda histórica das empresas do setor de energia elétrica na BM&FBovespa, já é possível separar as que irão se sair bem com as novas regras para renovação de concessões, das que ainda têm pela frente um cenário muito desafiador.

Segundo cálculos do JPMorgan, a perda em valor de mercado do setor está em torno de 20 bilhões de dólares. A queda de receitas da indústria pode chegar a 13 bilhões de reais. Após o choque, os analistas continuam a apostar em algumas delas, com destaque para a transmissora Taesa, a geradora Tractebel e as distribuidoras CPFL e Coelce.

Opiniões

O analista Marcelo Britto, da Citi Corretora, acredita que “não há vencedores, apenas algumas empresas prejudicadas em menor escala”. Em sua análise, com o valor residual zero para as concessões de geração e transmissão expiradas e com os preços menores de eletricidade, os preços-alvos das empresas são afetados, em média, em 29%.

Já Vinicius Canheu, do Credit Suisse é um pouco mais otimista. “Acreditamos que a conclusão próxima da saga das extensões de concessões é um ponto positivo para o setor”, escreveu em um relatório. Ele defende que uma vez passado o período de choque, os investidores encontrarão o setor elétrico mais previsível do que já era antes, com menores riscos.

Depois da queda

O estabelecimento de um campo nivelado para novos investimentos e o orçamento mais restritivo vai obrigar as empresas a serem mais eficientes e racionais, e consequentemente, mais fortes nos próximos anos. “Depois da turbulência, só vão sobrar os mais eficientes, será uma tendência do setor”, explica o analista do BB Investimentos Rafael Dias. 

Ele também acredita que, no médio prazo, a perspectiva para o setor é positiva. Mas o recado dado pelo governo foi claro: todo mundo vai ter que se ajustar, rever seus planos de investimento e seus custos. “Os grupos menores e menos eficientes serão os mais prejudicados e as empresas que já se destacam por ter uma gestão mais eficiente e de mais qualidade devem ser menos abaladas”, explica Rafael. A consequência, diz ele, será um setor mais amadurecido e profissionalizado, o que vai se refletir na qualidade da prestação de serviços.

Vinícius define 4 características fundamentais das empresas que superarão seus pares dentro de alguns anos: menores impactos regulatórios, balanços mais robustos, melhor perspectiva de dividendos e gestão superior. Na opinião dos analistas consultados, as empresas com melhores expectativas são quatro: Taesa, Tractebel, CPFL e Coelce.

Taesa

“Se tivesse que escolher apenas uma empresa, seria a Taesa”. A opinião é do analista Rodolfo Amstalden, da Empiricus, que defende que a transmissora não foi afetada em nada pela Medida Provisória. A Taesa tem todos seus contratos de concessão datados de depois de 1995, que vencem a partir de 2025, não se enquadrando no estabelecido pela MP 579. 


Rodolfo acredita que a empresa, que já subiu muito na bolsa este ano, mas deve subir ainda mais. “É uma empresa de perfil muito estável, que recentemente aumento sua liquidez e deixou mais fácil para o investidor entrar”, diz o analista. Além disso, a Taesa paga altos dividendos e deve continuar pagando pelo menos pelos próximos 10 ou 15 anos.

Tractebel 

Os analistas Vinicius, Rafael e Marcelo são unânimes ao citar a Tractebel como uma das empresas que ainda valem a pena no setor. Para Vinícius, que em seu relatório elevou a recomendação da empresa de neutral para outperform (acima do desempenho do mercado), são 5 os motivos que lhe dão vantagem: ela está pronta para se beneficiar da maior racionalidade do mercado, tem exposição positiva para os custos de transmissão potencialmente mais baixos, perfil de longo prazo e gradual para a expiração das concessões, os pacotes de estímulo do governo devem fazer o PIB se recuperar elevando o consumo de energia e alta geração de caixa e balanço desalavancado.

CPFL

A CPFL também deve se sair bem. Na opinião de Vinícius, do Credit Suisse, assim como a Tractebel, com uma gestão eficiente, a CPFL está pronta para se beneficiar da maior racionabilidade no mercado. Além disso, ele destaca o forte compromisso com o pagamento de 100% de dividendos, a gestão focada em redução de custos, o crescimento em energias renováveis e o histórico de aproveitamento de novas oportunidades de negócios à frente de seus pares. O analista também aumentou a recomendação da CPFL de neutral para outperform.

Coelce

A outra preferida do analista Rodolfo Amstalden é a cearense Coelce. “É a distribuidora que mais cresce no Brasil todo, em um volume de 2 dígitos”, diz o analista. Para completar, a empresa tem os melhores indicadores de qualidade e pagam bons dividendos, em geral, 100%. Além disso, a Coelce não se enquadra na MP 579 e já passou pelo 3º ciclo revisão tarifária em abril.

Cemig

Para a mineira Cemig o cenário não é tão favorável porque tem concessões que expiram agora e se enquadram na MP, mas em um segundo momento a empresa pode se sair melhor visto que está consolidada no segmento de transmissão e distribuição. “Não vai ser tão ruim para a Cemig, ela ainda está atrativa e eu vejo muito valor nesse preço que ela está hoje”, diz Rodolfo.

Sobre a renovação ou não de suas concessões, o analista acredita que a empresa optará por renovar, visto que uma de suas hidrelétricas, Simão, passa por um ciclo de modernização e os investimentos atuais ainda não estão depreciados. 

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