Fazer o simples, muitas vezes, pode ser o melhor a se fazer. E isso também vale para os investimentos. Diante das incerteza e volatilidade no mercado brasileiro, fundos indexados a índices de renda fixa estiveram entre os melhores do primeiro trimestre.

Com rentabilidade acumulada de 4% no período, os fundos de renda fixa indexados ficaram à frente de todos os tipos de fundo com pelo menos R$ 1 bilhão de patrimônio líquido.

Os fundos classificados como indexados de renda fixa, de acordo com a própria Anbima, "têm como objetivo seguir as variações de indicadores de referência do mercado de renda fixa."

Entre esses indicadores, um dos mais comuns é o IMA-B 5. O índice é formado por títulos públicos indexados ao IPCA e com duração de até 5 anos. Somente no primeiro trimestre, o indicador subiu 4,38% -- o que explica parte do bom desempenho dos fundos indexados de renda fixa. Além desse, há outros indicadores de renda fixa, como o IRF-M (e seus derivados) e o próprio CDI, que terminaram o trimestre, pelo menos, acima de 3,20%.

Fundos de ações e multimercados ficam para trás

No mesmo período, o Ibovespa caiu 7,16%, influenciando negativamente toda categoria de fundos de ações. Os fundos de ações, por sinal, foram os que tiveram o pior desempenho do primeiro trimestre, com todos os subgrupos apresentando rentabilidade negativa. Entre eles, os de ações setoriais foi o que teve o pior desempenho do período, com perda de 21,25%, segundo a Anbima. Já os fundos de ações livres, que representam a maior fatia da categoria (com patrimônio de R$ 177 bilhões), tiveram retorno negativo de 4,95%. 

Com maior liberdade de alocação, fundos multimercados tiveram rentabilidade positiva no primeiro trimestre, mas não o suficiente para superarem os retornos dos indexados de renda fixa. Os mais rentáveis entre eles foi o de multimercados balanceados, com retorno de 3,55%.

A diferença é que, assim como os fundos de ações, os multimercados exigem um trabalho muito maior na seleção de ativos que os atrelados a índices de inflação -- o que também costuma se traduzir em taxas mais altas de administração e performance.