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Apple: 5 motivos para investir após o melhor resultado da história

Ações da companhia dispararam 7% em reação ao resultado do quarto trimestre. Analistas veem espaço para novas altas

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Apple: ação saltou 7% no primeiro pregão após o balanço do quarto trimestre | Foto: Costfoto/Barcroft Media (Costfoto/Barcroft Media/Getty Images)

Apple: ação saltou 7% no primeiro pregão após o balanço do quarto trimestre | Foto: Costfoto/Barcroft Media (Costfoto/Barcroft Media/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de janeiro de 2022, 14h59.

Última atualização em 28 de janeiro de 2022, 20h53.

As ações da Apple (AAPL) na Nasdaq subiram 6,98% nesta sexta-feira, 28, no primeiro pregão depois da divulgação de que o seu resultado no quarto trimestre superou as expectativas de mercado. No período, a companhia estabeleceu novo recorde ao registrar 123,9 bilhões de dólares de receita, representando um crescimento anual de 11%. O lucro líquido aumentou 20%, para 34,63 bilhões de dólares -- ou 23% acima do consenso de mercado.

"A resposta dos clientes ao nosso recentes lançamentos de novos produtos e serviços impulsionou um crescimento de dois dígitos em receita e lucro e ajudou a estabelecer um recorde histórico para nossa base instalada de dispositivos ativos”, disse Luca Maestri, CFO (executivo-chefe financeiro) da Apple (o ticker para O BDR é AAPL34). Com o iPhone 13, lançado em outubro, a empresa aumentou em 9,2% A sua principal fonte de receita, a de smartphones. 

A expansão dos números da empresa mais valiosa do mundo ocorreu mesmo em meio aos gargalos da cadeia produtiva, que, segundo o próprio CEO da Apple, Tim Cook, ainda não estão resolvidos. A falta de chips é o maior problema.

O desempenho robusto em meio à adversidade reforça a confiança do mercado na companhia e a alta das ações é um reflexo direto. Com papéis cotados a 170 dólares, a Apple tem 2,78 trilhões de dólares em valor de mercado.

Segundo consenso de 27 analistas consultados pela Nasdaq, a recomendação é de "forte compra". Pela mediana das estimativas, o preço-alvo sugere mais de 10% de alta, enquanto projeções mais otimistas apontam valorização de até 30% em 12 meses. Analistas apontam cinco fatores para investir na maior empresa do mundo.

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1. Normalização da oferta

Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, corretora americana voltada a brasileiros, ressaltou que a empresa poderia ter registrado vendas ainda mais expressivas não fossem os problemas de oferta. "Houve filas em diversas lojas pelos produtos da Apple, mas a empresa não conseguiu atender toda a demanda necessária", afirmou.

Executivos da Apple afirmaram que os desafios da cadeia de suprimentos aumentaram no último trimestre de 2021, mas a perspectiva é a de melhora.

O CFO da Apple, Luca Maestri, disse que espera que as restrições de oferta melhorem para o trimestre encerrado em março, para quando espera "um sólido crescimento de receita ano a ano e um recorde de receita no trimestre".

2. Avanço no mercado chinês

As vendas do iPhone na China estiveram entre os propulsores da performance da empresa no último trimestre. Foi justamente nessa região que a Apple apresentou o maior crescimento de receita, de 21%. A região, que inclui vendas em Hong Kong e Taiwan, é o terceiro maior mercado da companhia, somente atrás da Europa e Estados Unidos.

A diferença em relação ao Velho Continente -- a Europa --, porém, tem encurtado: passou de 6 bilhões de dólares no quarto trimestre de 2020 para 4 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado.

"Os drivers de valores da Apple permanecem não apenas intactos como fortalecidos no cenário econômico global. Graças ao lançamento do iPhone 13, que embarca a tecnologia necessária para acessar o 5G, a companhia conseguiu expandir seu share [participação de mercado] na China, alcançando a liderança em um dos solos mais promissores do mundo", afirmaram, em nota, analistas da casa de análises Levante.

3. Receita com serviços

A receita com iPhone foi crucial para o resultado recorde da Apple, mas a frente que mais tem chamado a atenção de analistas é a de serviços, como a App Store, a Apple Pay, a Apple Music e o iCloud. O aumento foi de 21% no quarto trimestre e já representa mais de 15% de toda sua receita, ou cerca de 20 bilhões de dólares.

"Isso é mais que o dobro do que a Netflix ganha por trimestre [8 bilhões de dólares] e cerca de 15 vezes o que o Twitter ganha [1,3 bilhão de dólares]. Essa área possui margens melhores e diminui a dependência da empresa da venda de celulares, em uma busca para diversificar seu mix de produtos", afirmou Zanin.

4. Carros elétricos

Uma das grandes expectativas sobre o futuro da Apple é sua entrada no mercado de carros elétricos. A estreia, segundo a Bloomberg, deve ocorrer em 2025. O mercado é visto como uma nova avenida de crescimento para a companhia nos próximos anos. O projeto, embora tido como (quase) secreto, tem despertado o interesse do mercado.

"A empreitada da companhia no setor automotivo, conhecida como Projeto Titan, foi iniciada em 2014 e até agora a companhia ainda não fez um comunicado oficial sobre o lançamento do veículo ou o progresso do projeto", dizem analistas do BTG Pactual (BPAC11). Os BDRs da Apple (AAPLl34) estão na lista de recomendações do banco para janeiro.

5. Fidelidade

Poucas -- ou talvez nenhuma -- marcas no mundo despertam tanta atenção para os seus lançamentos quanto a Apple. Zanin afirmou que esse fator contribui para o resultado da empresa e ajudou a impulsionar as vendas do último trimestre. "Esperava-se alguma diminuição de demanda por ter havido poucas atualizações no último iPhone lançado, mas os números mostraram que os seus compradores continuaram ávidos pelo produto."