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Ações da LVMH, dona da Louis Vuitton, saltam 13% após primeira alta nas vendas do ano

Grupo divulgou que teve vendas melhores do que o esperado no terceiro trimestre de 2025; crescimento foi impulsionado por demanda maior na China

LVMH: conglomerado francês é dono de marcas como Louis Vuitton, Dior, Tiffany e Givenchy (Winhorse/iStock/Getty Images)

LVMH: conglomerado francês é dono de marcas como Louis Vuitton, Dior, Tiffany e Givenchy (Winhorse/iStock/Getty Images)

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 11h20.

As ações do conglomerado francês LVMH, dono de marcas como Louis Vuitton e Dior, dispararam nesta quarta-feira, 15, impulsionando o setor de luxo europeu.

O papel chegou a subir quase 14% na sessão, a maior alta diária em mais de duas décadas, depois que a companhia reportou seu primeiro crescimento do ano no terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado. Por volta das 10h50 (horário de Brasília), os papéis registravam alta de 11,3%.

Segundo a Reuters, os resultados positivos provocaram um rali no setor de luxo, com ganhos também para as ações de concorrentes como Hermès, Kering, Richemont, Burberry e Moncler, que avançaram entre 5% e 9% no pregão europeu.

Resultados trimestrais

No terceiro trimestre, as vendas do conglomerado LVMH cresceram 1% na comparação anual, pela primeira vez no ano e revertendo dois trimestres consecutivos de queda.

O faturamento somou € 18,3 bilhões (R$ 115,86 bilhões), abaixo dos 19,1 bilhões de um ano antes, mas acima das projeções dos analistas.

O desempenho foi puxado por uma "demanda sólida" nos Estados Unidos e na Europa e por uma recuperação perceptível na Ásia, com exceção do Japão.

A unidade de varejo seletivo da empresa foi o destaque do período, com alta de 7% em relação ao ano anterior. A empresa destacou o desempenho “notável” da Sephora e o lançamento recorde da marca de beleza Rhode, de Hailey Bieber.

Segundo a empresa, a divisão de vinhos e destilados também se recuperou após um início de ano turbulento com as tarifas de importação americanas e as tarifas da China sobre o conhaque da União Europeia.

China em foco

O crescimento nas vendas no mercado chinês foi um dos principais fatores de surpresa positiva. A companhia relatou que consumidores responderam bem a novas experiências em loja, como a boutique em formato de navio inaugurada pela Louis Vuitton em Xangai, em junho.

A China tem peso relevante para o setor: consumidores chineses representam cerca de um terço das vendas globais e foram responsáveis por 60% do crescimento da indústria entre 2000 e 2019, segundo estimativas do Morgan Stanley.

Apesar da melhora, a diretora financeira da LVMH, Cecile Cabanis, alertou que a empresa ainda enfrenta incertezas econômicas e impactos cambiais desfavoráveis no quarto trimestre.

Setor de luxo

Analistas classificaram o resultado como um “raio de esperança” para a temporada de balanços do setor de luxo, que vinha sofrendo com a desaceleração econômica global e as tensões comerciais entre EUA e China.

O Citi elevou a recomendação para “compra” e fixou preço-alvo de € 630, enquanto o Bernstein destacou que a companhia superou expectativas em todas as divisões. Já o RBC Capital Markets aumentou seu preço-alvo para o papel de 550 para 575.

De acordo com a Reuters, o banco UBS, que projeta um crescimento orgânico de 4% nas vendas do setor no próximo ano, espera uma aceleração apenas na segunda metade de 2026, com as coleções de novos estilistas chegando às lojas a partir do segundo trimestre.

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