Ações da Alliar despencam 17% após Rede D'Or desistir de aquisição
Rede D'Or cita operações de mercado como justificativa para não lançamento de OPA, cujo valor chegaria a R$ 1,36 bilhão
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A Alliar é uma das maiores empresas de diagnósticos do país | Foto: Reprodução/YouTube/Alliar (Reprodução/YouTube/Alliar/Reprodução)
Publicado em 31 de agosto de 2021 às, 11h12.
Última atualização em 31 de agosto de 2021 às, 19h54.
As ações da empresa de diagnósticos Alliar (AALR3) registraram forte queda de 16,98% no pregão desta terça-feira, 31, após a Rede D'Or (RDOR3) ter anunciado a desistência de tentar adquirir a companhia por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA). Os papeis abriram em forte queda e operaram dessa forma ao longo do pregão.
No mercado, a operação era vista como positiva para ambas as empresas, mas principalmente para os acionistas da Alliar, já que a OPA considerava um valor acima do qual a as ações vinham sendo negociadas. No dia 16 de agosto, no primeiro pregão depois que a Rede D'Or oficializou a proposta para a possível aquisição, as ações da Alliar chegaram a disparar 20%.
De lá para cá, a Rede D'Or até chegou a comprar ações da Alliar no mercado secundário, mas movimentos de disputa pelo controle da empresa colocaram um fim à operação. Em menos de uma semana, fundos ligados ao empresário Nelson Tanure compraram 26% das ações da Alliar -- que estavam em sua maioria no portfólio da gestora Pátria Investimentos, o que se tornou um obstáculo para a realização da OPA.
Apesar da queda, que levou a cotação para 12,66 reais, o papel ainda está 34% acima do patamar antes que a disputa tivesse início: ele estava em 9,44 reais no fechamento de 13 de agosto.
Entre as justificativas para a desistência da OPA, a Rede D'Or citou a "redução da dispersão das ações de emissão da Alliar, em razão de aquisições realizadas recentemente por certos acionistas".
Segundo analistas do BTG Pactual (BPAC11), a operação ainda daria à Alliar maior poder sobre concorrentes e melhores condições para negociar com operadoras de saúde. Para a Rede D'Or, os analistas viam a operação como uma aquisição "altamente estratégica” para atender todas as demandas médicas, e não somente hospitalares.