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Por que a revolução verde no mundo depende dos preços de um metal

Usado em praticamente tudo, desde turbinas eólicas até veículos elétricos, o cobre sofre com rali nos preços que ameaça a descarbonização do planeta

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Turbinas eólicas em praia de Fortaleza, Ceará
26/04/2017 
REUTERS/Paulo Whitaker (Paulo Whitaker/Reuters)

Turbinas eólicas em praia de Fortaleza, Ceará 26/04/2017 REUTERS/Paulo Whitaker (Paulo Whitaker/Reuters)

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Rachel Morison e William Mathis, da Bloomberg

Publicado em 4 de março de 2021 às, 14h59.

Última atualização em 4 de março de 2021 às, 15h03.

O cobre é parte vital da infraestrutura verde, de redes a turbinas eólicas, e a recente alta de preços ameaça encarecer a descarbonização.

O cobre quase dobrou de preço em relação às mínimas registradas um ano atrás e estava perto do maior nível em nove anos no início do mês. Em meio às previsões de um novo superciclo das commodities, muitos analistas dizem que o metal, núcleo da energia verde, ainda não atingiu o topo. Mesmo depois da queda de 3,2% na quinta-feira, o preço ainda acumula alta de mais de 30% nos últimos seis meses.

A demanda para a geração de energia renovável, armazenamento de baterias, veículos elétricos, estações de carregamento e infraestrutura de rede relacionada respondem por cerca de 20% do consumo de cobre, de acordo com o Citigroup Global Markets. Como os governos visam metas ambiciosas para zerar as emissões líquidas nas próximas décadas, isso significa mais eletricidade limpa, uma transição que provavelmente será intensiva em cobre, dada a necessidade de construção de redes orçadas em US$ 28,7 trilhões.

Parte desse crescimento virá da necessidade de conectar novas usinas de energia renovável aos clientes. Isso ocorre porque geralmente é mais barato construir essas usinas onde os recursos do vento ou do sol são mais fortes, o que pode ser no meio do mar ou em um deserto. Mas isso exige muito mais cabeamento - usando o caro cobre - do que uma rede centralizada necessária no passado.

De acordo com as previsões da BloombergNEF, a rede elétrica global será expandida em 48 milhões de quilômetros até 2050. A extensão é suficiente para envolver a circunferência da Terra quase 1.200 vezes e equivale a dobrar a demanda por cobre para 3,6 milhões de toneladas.

“Cidades, eletrificação e cobre andam juntos”, disse Sanjeet Sanghera, analista da BNEF, em Londres. “O cobre desempenha um papel importante.”

O metal é muito usado em cabeamento subterrâneo por causa de sua condutividade, que é quase o dobro do alumínio. Isso reduz a quantidade de energia necessária para produzir eletricidade.

Ainda não está claro qual será o impacto imediato do aumento do preço do cobre nas finanças das operadoras de energia verde. A fabricante de turbinas Siemens Gamesa Renewable Energy faz hedge dos preços das matérias-primas um ano antes.

Demanda do cobre

Crescente demanda do cobre significa que a oferta ficará aquém da demanda na maioria dos anos. (Bloomberg/Divulgação)

 

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