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Remy Sharp
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Apresentado por Braskem Labs

O que grandes empresas ganham ao investir em startups?

Esqueça o retorno financeiro. Estão em jogo parcerias que trazem novas ideias, serviços e soluções inovadoras

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Aceleração de startups: hoje, existem mais de 100 programas no país, a maioria patrocinada por grandes multinacionais (Phototechno/Getty Images)

Aceleração de startups: hoje, existem mais de 100 programas no país, a maioria patrocinada por grandes multinacionais (Phototechno/Getty Images)

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Publicado em 17 de outubro de 2017, 12h13.

Última atualização em 17 de outubro de 2017, 12h22.

O empreendedorismo nunca esteve tão em alta no Brasil. Se por um lado milhares de jovens têm optado por desenvolver novos negócios em vez de investir em uma carreira tradicional, por outro há cada vez mais empresas dispostas a apostar em ideias embrionárias, mesmo sem qualquer garantia de retorno. Atualmente, existem mais de 100 programas de aceleração de startups no país, a maioria patrocinada não pelos famosos fundos de investimentos de risco, mas sim por grandes multinacionais. Diante do fenômeno recente, a pergunta que fica é: o que essas companhias ganham ao investir tempo e dinheiro em startups?

De acordo com Patrick Teyssonneyre, diretor de inovação da Braskem e um dos padrinhos do Braskem Labs – programa de aceleração da Braskem criado em 2015 e que já ajudou no desenvolvimento de mais de 40 empresas e startups –, um dos objetivos desse tipo de parceria é trazer para dentro das grandes empresas novas ideias ou um olhar diferente sobre algo que já existe. Em geral, elas funcionam como verdadeiros laboratórios para novos produtos e aplicações. “Como são negócios de menor porte, com processos ainda pouco estruturados e com poucas pessoas envolvidas, as coisas acontecem muito rapidamente. Dá para perceber logo se o caminho proposto está adequado ou não. Se não estiver, também é possível redirecionar com rapidez”, afirma Teyssonneyre.

O executivo explica que a parceria entre grandes empresas e startups é simbiótica, ou seja, todos ganham. Enquanto os empreendedores apresentam novos caminhos e ajudam as empresas tradicionais a desenvolver novas soluções de forma mais simples, rápida e com orçamento menor, as grandes companhias colaboram para o desenvolvimento das startups por meio do conhecimento em áreas muitas vezes deixadas em segundo plano pelos empresários iniciantes, como propriedade intelectual, jurídico, comercial e marketing. “A gente absorve um pouco da simplicidade e eles absorvem um pouco dos processos. O meio do caminho é o melhor dos mundos”, diz.

Parceria ganha-ganha

O ganho das grandes companhias que investem em startups, em geral, não é financeiro. No Braskem Labs, por exemplo, o objetivo é impulsionar ideias que melhorem concretamente a vida das pessoas, identificando e desenvolvendo empresas de alto impacto socioambiental. Em alguns casos, a relação pode evoluir para uma parceria de fornecedor ou até de cliente – foi o que aconteceu com a ColOff, uma fabricante de coletores de fezes e urina acelerada pelo Braskem Labs em 2015. Fundada pelo casal Eliézer Machado e Carolina Fagundes em 2010, a ColOff fabrica um produto muito simples, porém revolucionário, criado a partir de um drama familiar. Em 2005, a mãe de Carolina foi diagnosticada com câncer colorretal e precisava fazer exames de fezes regularmente. No entanto, como a doença fora detectada em estágio avançado e Dona Ivonice já estava com dificuldade de mobilidade, os potinhos disponibilizados pelos laboratórios tornavam a coleta algo extremamente complicado.

Carolina, então, passou a procurar algo que pudesse facilitar a coleta, mas não encontrou nada. Foi quando ela teve a ideia de comprar um saco plástico estéril, cortar um círculo em um dos lados e encaixar a engenhoca no vaso. Funcionou muito bem, mas infelizmente Dona Ivonice faleceu pouco tempo depois. Antes de morrer, no entanto, pediu à filha que patenteasse sua invenção para que pudesse ajudar outras pessoas na mesma situação. “Aquilo ficou como um último pedido da minha sogra”, conta Eliézer Machado. “Cerca de 80% dos pacientes se recusam a fazer exames de fezes devido às dificuldades para coletar as amostras. Também existem casos de pessoas que utilizam jornais ou pegam o material diretamente do vaso, o que pode contaminar a amostra e levar a um erro de diagnóstico.”

Menos de seis meses após a morte de Dona Ivonice, o ColOff já estava patenteado e em utilização em alguns dos principais laboratórios do país. Pouco tempo depois, a recém-criada empresa já fornecia coletores para o Hospital Israelita Albert Einstein. “As frases que eu mais escuto são: ‘como ninguém pensou nisso antes?’ ou ‘é a coisa mais simples do mundo’. Quando alguém fala isso para você, é porque você tem uma ideia inovadora nas mãos”, afirma o empreendedor, que na época utilizava como matéria-prima um polietileno de alta densidade convencional.

A ColOff, empresa que produz coletores de exames, participou do Braskem Labs e ganhou uma versão mais sustentável do produto com a utilização do I’m green™, polietileno produzido a partir da cana-de-açúcar (ColOff/Divulgação)

Produto sustentável

Machado conta que, à medida que aumentavam as suas vendas, crescia a sua preocupação com o impacto ambiental do produto. Segundo ele, somente o SUS realiza mais de 20 milhões de exames de fezes por ano, enquanto o sistema privado faz mais de 30 milhões. Como o coletor serve também para exames de urina, são mais de 100 milhões de exames.

Quando foi selecionado para o Braskem Labs, a ideia era justamente transformar o produto em algo mais sustentável, o que foi possível com a utilização do I’m green™, polietileno produzido a partir da cana-de-açúcar, mais sustentável, pois captura gases de efeito estufa em seu processo produtivo, além de também ser reciclável. “Durante o programa, nós tivemos o acompanhamento de um profissional da Braskem que entendia tudo sobre filmes flexíveis. Ele nos ajudou não só na adaptação para o plástico verde, como também no desenvolvimento de um sistema para aumentar a escala fabril, reduzindo nossos processos manuais”, completa o empresário, que hoje vende cerca de 50 000 kits por mês.

 

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