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Mil blockchains? Brasil pode se antecipar ao futuro da tecnologia

Em 2024, grandes empresas tradicionais como Fox Corporation, Sony e Flow Podcast, além de empresas nativas da Web3 como Pudgy Penguins e Bored Ape Yacht Club, lançaram seus próprios blockchains

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Publicado em 8 de setembro de 2024 às 10h00.

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Por Lugui Tillier*

Esse movimento repentino de empresas lançando seus próprios blockchains foi recebido com ceticismo por muitos no espaço cripto, que enxergam isso como uma moda passageira.

No entanto, a realidade é que isso está longe de ser um hype. Se este ano houve a criação de centenas de blockchains, no ano que vem, milhares de novos blockchains serão criados em prol do futuro da Web3.

Antes de discutirmos como 100 mil blockchains irão mudar os paradigmas da Web3, é necessário entender a relação entre um blockchain de primeira camada (L1) e seus blockchains de segunda camada (L2s).

Apesar de o Bitcoin ser o maior blockchain do mundo, o principal blockchain para o desenvolvimento de aplicações e produtos é a Ethereum.

A rede Ethereum é extremamente segura e descentralizada, mas é cara e pouco escalável. Por conta disso, foram criados outros blockchains que funcionam como canais de execução da rede Ethereum.

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Nessa arquitetura, a rede Ethereum é considerada um blockchain de primeira camada (L1) e as redes construídas ao redor dela são conhecidas como blockchains de segunda camada (L2).

Com isso, é criado um ecossistema de desenvolvimento onde a camada base (L1) é extremamente robusta e segura, funcionando como um banco de dados central para as camadas construídas ao redor dela, mais focadas em velocidade e redução de custos.

Contudo, esse modelo apresenta dois grandes pontos problemáticos:

Primeiro, há a fragmentação do ecossistema Ethereum. Com o surgimento de várias L2s, a liquidez é dividida entre diferentes redes, criando uma UX completa para o usuário final e prejudicando o funcionamento de algumas aplicações.

Segundo, os custos de transação dessas L2s são instáveis e imprevisíveis, o que dificulta o desenvolvimento de aplicações nelas. Em um dia, uma transação pode custar US$ 0,01, mas, no dia seguinte, esse valor pode multiplicar por 10 devido à popularidade de um novo token congestionando a rede.

Como resultado, o ecossistema fica com liquidez fragmentada, usuários dispersos, uma experiência de uso complexa e vulnerável a ataques hacker.

Então, como milhares de blockchains resolverão esses problemas e levarão o ecossistema Ethereum e consequentemente a Web3 ao sucesso?

Embora pareça complicado, lançar e manter uma L2 hoje é extremamente rápido e relativamente barato. Empresas conhecidas como Rollup as a Service (RaaS) fazem esse trabalho e podem lançar uma L2 em até 6 minutos por menos de US$ 1 mil, como no caso da RaaS Gateway.Fm.

Além de a Gateway já ter criado mais de 2 mil blockchains, a empresa firmou uma parceria exclusiva com a brasileira Lumx para tornar esses desenvolvimentos ainda mais simples e baratos, pois todas as redes da Gateway terão acesso bonificado às APIs da Lumx.

Devido à facilidade de criar novas L2s, duas categorias de blockchains ganharam popularidade: Appchains e Sector Chains.

As Appchains são L2s criadas e personalizadas para suportar apenas uma aplicação, oferecendo um ambiente controlado com custos mais baixos e previsíveis do que construir em L2s públicas.

Os Sector Chains são blockchains, geralmente permissionadas, criadas e personalizadas para atender a um setor específico, como games e ativos do mundo real (RWA).

Sozinhos, esses ambientes já são mais adequados para o desenvolvimento on-chain financeiramente sustentável.

Mas há outro benefício: como a parte de infraestrutura pode ser terceirizada de maneira prática, as equipes por trás dessas redes podem concentrar seus recursos em times comerciais e de sucesso do cliente especializados apenas no foco de suas redes. Isso garante a criação de aplicações on-chain cada vez mais robustas e transformadoras.

Quanto à fragmentação derivada da criação de novas redes, essa questão está sendo resolvida pelas principais L2s do mercado. A Polygon, por exemplo, está construindo uma camada de agregação de liquidez a partir da tecnologia de zero-knowledge proof (ZK) que fará milhares de Appchains e Sector Chains parecerem apenas uma.

Como resultado, grandes nomes como OKX, Ronin, ImmutableX, TON e Fox Corporations já têm ou estão em processo de conectar suas L2s à Agglayer, a camada de agregação da Polygon.

Diante disso, fica claro como milhares de Appchains e Sector Chains serão cruciais para o desenvolvimento on-chain financeiramente sustentável, como as camadas de agregação zk resolverão a dor de fragmentação no ecossistema Ethereum, e como todo esse cenário é extremamente convidativo para que outras L1s migrem para o ecossistema Ethereum para aproveitar essa nova liquidez unificada e focar menos em infraestrutura e mais em adquirir e reter "killer apps" em suas redes.

*Lugui Tillier é Diretor de BizDev na Lumx.

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